Maria Luís Albuquerque defendeu ontem que continuava confiante de que seria possível atingir os 4% de défice do PIB.
No âmbito da apresentação do segundo Orçamento Retificativo do ano, a ministra das Finanças identificou cerca de 1,5 mil milhões de derrapagem orçamental, referindo, porém, que com o aumento com a coleta fiscal e contributiva, bem como com a evolução positiva do desemprego, seria possível fazer frente a este valor e atingir as metas propostas sem, para o efeito, ter de agravar impostos.
Todavia, segundo o jornal i, Albuquerque está a 'esquecer-se' de duas variáveis que entram para esta equação: os 3,9 mil milhões injetados para salvar o BES e a reclassificação de novas empresas públicas, a STCP, a Carris (1,2 mil milhões) e a CP (3,8 mil milhões).
O i refere que as despesas de 3,8 mil milhões da CP podem ser incluídas no orçamento de 2010, mas mesmo assim o Eurostat não deverá fechar os olhos a estes valores, o que significa que Portugal deverá encerrar o ano com um défice real de 7,6% e não de 4%.