O distrito de Sussundenga deixou de exportar toneladas de mel para África do Sul, através de apicultores associados em 2013, dois anos após o relançamento do setor no país, para atender à procura do produto no mercado local, sobretudo as crescentes compras relacionadas com os megaprojetos.

"O mel deixou de ser exportado para África do Sul para atender à demanda do mercado local, dos megaprojetos e outras empresas nacionais. Também a população começou a interessar-se mais pelo consumo do mel", disse à Lusa Castigo Bofana, diretor dos Serviços Distritais de Atividades Económicas (SDAE) de Sussundenga.

A produção de mel de qualidade em Sussundenga triplicou nos últimos dois anos, passando de 17 toneladas, em 2012, para 54 toneladas, em 2013.

No primeiro semestre de 2014, a produção atingiu 24 toneladas, esperando-se superar todas as cifras anteriores.

O Governo relançou a apicultura em 2011 com o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que financiou com seis milhões de meticais (150 mil euros) um total de 40 associações apícolas nos distritos de Guro, Barué, Sussundega e Gongola (na província de Manica) e outras 27 em Sofala, no centro do pais.

As autoridades, disse Castigo Bofana, estão a incentivar o fomento da prática moderna de produção de mel para fins comerciais, em colmeias móveis e com novos padrões para aumento da produção, e que evita os riscos para os apicultores e a destruição do meio ambiente, por meio de queimadas para a sua colheita.

As colmeias, geralmente colocadas a baixa altura para facilitar o seu maneio por mulheres, são constituídas por módulos, podendo a sua produção variar entre 15 e 40 quilos, dependendo da flora existente no local, associado ao cuidado e técnicas dos apicultores.

"Já temos instalada uma fábrica de processamento de mel em Sussundenga, e com o aumento de produção veremos a possibilidade de voltar a exportar, apesar dos constantes pedidos da África do Sul", explicou Castigo Bofana.

O responsável local adiantou que o Governo tem encorajado mulheres com baixos rendimentos a envolverem-se com a apicultura, para melhorar a dieta alimentar da família e investir na educação dos filhos.

Atualmente um grupo de 182 apicultores, constituídos em dez associações apícolas em Sussundenga, dedicam-se à produção do mel, em ligação com a empresa Companhia de Mel de Moçambique (MHC, na sigla inglesa), vocacionada para o processamento e comercialização.