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"Todos sabem que não é possível reformar um país em três anos"

Albert Jaeger concede, esta sexta-feira, uma entrevista ao Jornal de Negócios onde aborda a implementação do programa de ajustamento Português. O austríaco, encarregue de chefiar a missão do FMI em terras lusas, alega que três anos não chegam para reformar um país, porém adianta que ?o programa da troika foi um bom começo?.

"Todos sabem que não é possível reformar um país em três anos"
Notícias ao Minuto

11:42 - 01/08/14 por Notícias Ao Minuto

Economia Albert Jaeger

Passados três anos desde que a troika ‘desembarcou’ em Portugal, numa extensa conversa com o Jornal de Negócios, Albert Jaeger dá esta sexta-feira a sua opinião sobre o programa de ajustamento português. O ‘homem forte’ do FMI em Portugal alega que ainda há trabalho por fazer, mas que “o programa da troika foi um bom começo” e aponta já alguns sinais visíveis sobre o que foi feito.

“Não é possível reformar um país em três anos. Todos sabem disso. No início de 2011, a situação era muito difícil. Não sei se as pessoas se lembram. Havia o risco de uma crise financeira grave. O programa não pode fazer milagres nesse sentido”, afirma Jaeger ao Jornal de Negócios, sublinhando, todavia, que “há um ano pouca gente esperava que Portugal voltasse aos mercados”, ponto ao qual acrescenta o decréscimo do número de desempregados.

Sobre a crise portuguesa, reconhece que a situação é complicada de resolver, e apesar de se encontrarem raízes profundas na história para este problema, instado a reconhecer a importância da ditadura salazarista para o atual estado da economia, o responsável do FMI é claro: “Não creio que algo que ocorreu há mais de quatro décadas possa ser definido como a principal causa dos problemas atuais”.

“Há razões para o FMI ter tido três programas aqui durante os últimos 40 anos. Existem problemas estruturais não resolvidos”, atira o 'homem forte' do FMI, traçando depois um paralelo com outros países dos Balcãs e a economia portuguesa: “Nesses países, o setor das exportações é a Cinderela da economia. Tal como no conto de fadas, ele é ‘maltratado’ pelo setor dos bens não transacionáveis e pelo setor público”.

Para o desenvolvimento do país, Jaeger reconhece ser necessário encontrar um “equilíbrio certo entre a competição e a cooperação”, até porque, considera, “os portugueses têm tendência a competir quando deviam cooperar” e vice-versa.

Sobre a reforma do Estado, Albert Jaeger reconhece que é um problema que pode ser visto de dois prismas e ilustra como uma analogia: “É um problema semelhante ao da galinha e do ovo. Para reformar, precisamos de uma administração pública eficiente, e para ter uma administração pública eficiente, precisamos de reformas”.

Em jeito de balanço à globalidade do programa, explica Jaeger que “os milagres económicos são raros” e acrescenta que seria difícil fazer mais num país que “durante dez anos antes do programa” não cresceu. Sobre a relação com São Bento, diz que não é “justo nem correto” passar-se a ideia de que “o Governo esta a trabalhar para a troika” isto porque, “em geral, o Governo foi um negociador difícil”, apesar das dificeis e gravosas medidas que foram sendo aprovadas.

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