McDonald's em Macau deixou de importar produtos de fábrica que usava carne estragada
A McDonald's em Macau deixou de usar produtos da fábrica chinesa onde foi descoberta carne de frango estragada, e está a ser fornecida por outras empresas da China e Tailândia, informou a companhia numa resposta enviada hoje à agência Lusa.
© DR
Economia Casos
"Os nossos restaurantes deixaram completamente de usar produtos fornecidos pela Husi China", afirma a McDonald's Macau.
As autoridades chinesas encerraram no domingo uma fábrica do fornecedor norte-americano em Xangai na sequência da venda de carne fora da validade a grandes cadeias de restauração como a McDonald's e KFC. Alegadamente, a Husi misturava carne estragada com carne fresca, embalando-a com novos rótulos.
"Desde as notícias sobre a fábrica Husi em Xangai, o IACM [Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais de Macau] suspendeu a importação de todos os produtos da Husi China até novo aviso. Atualmente não estamos a servir quaisquer ingredientes fornecidos pela Husi China", acrescenta a resposta escrita enviada à Lusa.
A McDonald's refere ainda que "a maioria dos derivados de carne usados nos estabelecimentos em Macau são fornecidos pela McKey Shenzhen (China) e Cargill Meats (Tailândia), por conseguinte não afetados" pelo escândalo alimentar denunciado por uma televisão de Xangai.
Uma reportagem da Dragon TV, com câmara oculta e jornalistas infiltrados, esteve na origem da denúncia do escândalo alimentar, ao mostrar como funcionários da Husi usavam conscientemente carne de frango alegadamente fora da validade há mês e meio para reprocessar vários produtos, e conseguindo ludibriar os controlos sanitários.
Além da McDonald's, a fábrica de Xangai tinha como clientes outros gigantes da restauração rápida como o Kentucky Fried Chicken (KFC), Pizza Hut (grupo Yum), Burger King, Papa John's Pizza, Starbucks e 7-Eleven.
Em Macau, de acordo com o IACM, o último registo de importação congelados de frango da fábrica chinesa Husi data de 17 de junho, indicando que 576 quilogramas foram fornecidos na totalidade aos estabelecimentos da McDonald's no território.
O IACM informou, na quarta-feira, não ter detetado produtos contaminados nas inspeções realizadas em Macau, mas ainda assim instou "o importador para que suspendesse o fornecimento e notificou os retalhistas para que parassem de usar e vender os produtos suspeitos de problemas".
Já em Hong Kong, a cadeia de restauração rápida norte-americana indicou ter suspendido, na quinta-feira, a venda de ?nuggets de frango' (pedaços de frango panados), de hambúrgueres de frango, e de saladas, noticiou a rádio pública de Hong Kong (RTHK).
"Os produtos que foram importados da Husi e estão armazenados em Hong Kong não devem mais ser fornecidos aos consumidores. Eles serão etiquetados e selados pelo nosso pessoal", disse Lee Siu-yuen, subdiretor do departamento de segurança alimentar de Hong Kong à estação de rádio.
Além da China, o escândalo alimentar teve repercussões no Japão, onde a McDonald's confirmou que 20% dos seus ?nuggets' provinham da fábrica de Xangai.
A filial japonesa da McDonald's anunciou hoje a retirada de todos os produtos que continham carne de frango produzida na China, depois do escândalo alimentar.
A McDonald's Japão vai substituir os produtos aviários de origem chinesa por outros procedentes da Tailândia com o objetivo de recuperar a confiança dos seus consumidores, afirmou a presidente da empresa, Sarah Casanova, num comunicado citado pela agência Efe.
Esta medida contrasta com a também anunciada hoje pela filial chinesa da McDonald's, que deixará de adquirir produtos à Husi de Xangai, mas continuará a comprar a outras fábricas da mesma companhia.
A China tem sido confrontada frequentemente com escândalos alimentares. Um caso similar afetou em 2012 a KFC em Xangai, que vendeu carne de frango com excessivos níveis de antibióticos durante dois anos.
O mais grave de todos os casos, porém, é o relativo ao leite contaminado com melamina que, em 2008, provocou a morte de seis crianças e doenças em cerca de 300 mil pessoas.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com