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As 'guerras' de Salgado que ditaram a queda da família

A queda de Ricardo Salgado pode ter começado já há alguns anos mas foi ontem, com a sua detenção e acusação formal, que se sublinhou o fim de um capítulo num dos maiores bancos portugueses. A história, essa, estará ainda no começo, com o Grupo Espírito Santo na berlinda e atravessar aquele que será, talvez, um dos períodos mais conturbados da sua existência. Reveja alguns pontos cruciais no desvelar deste escândalo financeiro, reunidos pelo Diário Económico.

As 'guerras' de Salgado que ditaram a queda da família
Notícias ao Minuto

09:35 - 25/07/14 por Notícias Ao Minuto

Economia Espírito Santo

Se foi em 2008 que começou a grande crise financeira no mundo ocidental, só em 2011 ficou formalizada em Portugal, com pedido de ajuda económica e financeira feito ainda pelo Executivo de José Sócrates e encaminhado pelo de Pedro Passos Coelho.

Foi nesta altura que várias instituições financeiras formalizaram, também, pedidos de recapitalização ao Estado mas o Banco Espírito Santo não foi um desses bancos. O BES continuou bem visto nos mercados porque conseguiu reforçar os seus fundos próprios sem recorrer a dinheiros públicos. Um dos pecados capitais de Salgado estará precisamente aqui, nos meios encontrados para garantir estes fundos.

Quando, em 2012, explodiu o caso ‘Monte Branco’ [investigação das autoridades a branqueamento de capitais e fuga ao fisco envolvendo uma conhecida gestora de fortunas], Salgado foi ouvido no processo mas o Ministério Público adiantou, mais tarde, que o então CEO do BES não era suspeito no caso. No entanto, já nesta altura, teve que ‘largar’ 4,3 milhões para regularizar impostos.

Os problemas mais sérios vieram em dois tempos: no primeiro, está a guerra que Salgado comprou com Álvaro Sobrinho, CEO do BES Angola, e no segundo, a que comprou com Pedro Queiroz Pereira, da Semapa, pondo um ponto final numa aliança histórica entre os dois grupos.

O antigo líder do BES ficou a perder com essas duas ‘guerras’, Queiroz Pereira até foi quem entregou, em 2013, documentos alegadamente incriminatórios do BES ao Banco de Portugal (BdP).

José Maria Ricciardi é o nome de uma outra ‘guerra’, a interna, no seio da família Espírito Santo, ligada à sucessão na comissão executiva do BES. Salgado queria ser sucedido por alguém da sua confiança e Ricciardi queria mudança, de preferência uma que o incluísse. Os primos ficaram os dois pelas pretensões, quando o BdP determinou o afastamento da família da gestão do Banco.

A somar-se às crises no seio do grupo, vieram as irregularidades no BES. A auditoria feita pelo BdP revelou “irregularidades nas contas” e uma “situação financeira grave”. Nessa senda, tudo caiu como um castelo de cartas, a Espírito Santo Financial Group (ESFG), a ESI e a Rioforte.

Do lado do BES Angola, as coisas não estão melhores. Recebeu uma garantia milionário do Estado angolano assinada pelo próprio presidente, de acordo com o semanário Expresso, mas a carteira de créditos do banco é como que ‘fantasma’, não há garantias ou colaterais.

Com estes desenvolvimentos, chegou então, ontem de manhã, a detenção de Ricardo Salgado, pouco tempo depois de se ter afastado das suas funções à frente do BES. Foi constituído arguido no processo 'Monte Branco' e foi interrogado mas pagou a caução de 3 milhões de euros saindo, poucas horas depois, em liberdade.

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