No dia em que João Rendeiro e Paulo Guichard enviaram a primeira carta ao Banco de Portugal, dando conta de eventuais problemas face à descida de rating do Banco Privado Português (BPP), foram movimentados cerca de 50 milhões de euros de contas de várias sociedades offshore, adianta o Diário Económico.
Recorde-se que, o Tribunal do Comércio de Lisboa condenou João Rendeiro e outros cinco ex-elementos da administração do banco por insolvência culposa do BPP. A sentença traz agora a público mais pormenores sobre o que terá estado na base da condenação.
Foi a 17 de novembro de 2008 que a administração do BPP deu o primeiro alerta ao regulador. E foi também neste dia que os condenados terão decidido saltar as contas de doze sociedades offshore, a maioria das quais tendo como último beneficiário o BPP Cayman, algo que terá levado à concentração do passivo das “referidas sociedades”.
Segundo o que o Diário Económico refere da sentença, algumas destas sociedades “foram usadas para ajustar o valor de mercado das carteiras dos clientes”. Quando o valor de mercado era inferior “ao valor acordado, o BPP transferia valores em excesso das contas dos clientes para as contas dessas sociedades”, pormenoriza o tribunal.