“As últimas semanas foram cheias de promessas”, começou por dizer Francisco Louçã, em comentário na ‘Edição da Noite’ da SIC Notícias. “Porém, nenhuma delas tem aplicação imediata”, lamentou.
O antigo líder do Bloco de Esquerda entende que o aumento do salário mínimo, a garantia de não baixar os impostos em 2015 e a descida do preço da eletricidade, entre outras, não passam de “promessas sistemáticas que tentam transmitir a ideia de que tudo está a correr bem”, quando assim não o é.
Para o economista, ainda que este seja “o aumento de impostos mais pequeno de sempre”, nas palavras da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, “por cima de um grande aumento de impostos” não é tão pequeno assim.
Sabe-se, contudo, que o Tribunal Constitucional só vai pronunciar-se sobre estas novas medidas depois do final do programa de ajustamento financeiro, decisão que o comentador critica, por considerar que “a constitucionalidade não é sujeita à temporalidade do jogo político e não deve compactuar com a conveniência”.
No seu comentário semanal, Francisco Louçã destacou ainda um estudo que dá conta de que, dentro da OCDE, Portugal foi o segundo país onde as desigualdades mais cresceram entre 1981 e 2012, num total de 229%. Em primeiro lugar surgem os Estados Unidos, com um crescimento de 235%.