O objetivo do aumento do IVA e da TSU (taxa social única) é o de financiar em 40% as pensões, explicou o ministro Pedro Mota Soares, referindo que este foi o “caminho” mostrado pelo Tribunal Constitucional.
“Sabíamos que tínhamos de substituir a CES e o Constitucional indicou um caminho. Era preciso distribuir o esforço”, sublinhou ontem o ministro.
Estas declarações surgiram após a apresentação do Documento de Estratégia Orçamental que prevê um aumento do IVA e da TSU, isto mesmo depois de Passos Coelho ter admitido que não acreditava ser possível o país suportar um novo aumento de impostos.
“Não acredito que o país aguente mais impostos”, disse o primeiro-ministro no verão do ano passado.
Mas não foi o único a garantir o que não foi concretizado.
Em meados de abril, o ministro da Presidência garantiu que “não haverá mais aumento de impostos”, uma ideia sustentada pela ministra das Finanças que assegurou que “as medidas duradouras não implicam sacrifícios adicionais”, relembra hoje o jornal i.
A verdade é que os aumentos vão mesmo aumentar. A taxa mais elevada do IVA vai subir dos 23% para os 23, 25%, o que deverá concretizar-se num impacto de 0,2% nos preços dos produtos.
Já a taxa social única vai subir 1,8%, o que vai significar uma diminuição de 0,22% no salário líquido dos trabalhadores.
Estes aumentos deverão render ao Estado 250 milhões de euros, valor que será utilizado para compensar o final da contribuição extraordinária de solidariedade.