"Europa deve ser financiada por quem fez lucros durante a crise"
O líder do Partido Social Democrata alemão (SPD) disse na quinta-feira à noite em Ourém, distrito de Santarém, que os que fizeram lucros durante a crise devem ser chamados a financiar a Europa.
© Lusa
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"As famílias, os jovens, os pensionistas não podem ser reféns da austeridade, mas temos de consolidar as contas públicas com crescimento e com emprego", defendeu Sigmar Gabriel, acrescentando: "Digo mais, para financiar a Europa não podem ser chamados sempre os trabalhadores, mas aqueles que fizeram lucros durante a crise, que especularam nos bancos e nas bolsas e que fogem aos impostos ainda hoje na Europa, esses têm de ser chamados para financiar a crise no nosso continente."
No jantar nacional da liberdade, com que o PS comemorou o 40.º aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974, o vice-chanceler germânico disse ter lido na imprensa que o salário mínimo nacional em Portugal hoje vale menos que na altura da revolução.
"A Europa tem de ajudar e tem de ajudar com tempo para poder implementar as reformas, é preciso que a Europa mostre a sua consciência social e que incentive iniciativas de crescimento e de emprego", preconizou.
Num discurso, no qual, por diversas vezes, mencionou o ex-Presidente da República Mário Soares, o líder do SPD destacou a importância da "Revolução dos Cravos" noutros movimentos europeus.
"Em 1974, os cidadãos portugueses tiveram de ganhar coragem para lutar pela liberdade. Em 1974 os cidadãos deram coragem a muitos outros povos europeus para defenderem a liberdade", recordou.
Para o líder do SPD, nesse ano "começou um caminho de liberdade na Europa, uma transformação, uma mudança", da qual hoje ainda se beneficia.
A este propósito, recordou a queda da ditadura grega, do regime franquista e nos anos 80 do século passado das ditaduras comunistas da Europa de Leste.
"Esta transformação democrática teve início em Portugal, é importante recordarmos isto com orgulho", salientou perante cerca de 1.700 pessoas.
Reconhecendo que atualmente "há muitos europeus que hoje não sentem esperança na Europa, mas uma ameaça porque a Europa deixou de ser um símbolo de confiança, de uma vida melhor, de segurança", o Gabriel salientou: "Temos a obrigação de renovar e dar nova esperança aos cidadãos em Portugal e na Europa."
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