"O FMI é como a moeda, tem duas caras", diz Bagão Félix
O antigo ministro das Finanças, Bagão Félix, disse hoje no seu habitual comentário na antena da SIC Notícias, que o FMI “tem duas caras: a boa e a má”, lembrando também, ao referir-se aos dados da execução orçamental, que é suposto que a Segurança Social seja uma espécie de “almofada de segurança” para as pessoas, o que “não se está a verificar neste Orçamento do Estado”.
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Economia Comentário
Para Bagão Félix o “FMI é como a moeda, tem duas caras: a boa e a má”. Segundo o antigo ministro das Finanças, a “cara boa é a senhora Lagarde que diz que há que conciliar a austeridade com o crescimento”. E a cara má são os “altos funcionários que dizem em parte o contrário”.
Na opinião do social-democrata, “as reformas estruturais têm de ser aprofundadas”, contudo, critica o facto de a “insistência ser sempre na reforma laboral”.
“A reforma laboral é importante mas não decisiva”, assegurou, explicando que os “custos salariais não ultrapassam os 30%”. A questão prende-se com a atitude do Governo.
“No meu entender, o próprio Governo deixou evidenciar ou especular sobre a ideia de fazer uma transação entre o aumento do salário mínimo e a alteração de algumas leis laborais”, afirmou.
Bagão Félix alertou que “uma coisa não tem nada a ver com a outra” e assegurou: “É perigoso fazer esta troca. Estamos a falar de pessoas”.
Ao analisar os dados da execução orçamental, divulgados hoje pela Direção-geral do Orçamento, Bagão Félix criticou a redução da despesa com as prestações sociais pois, lembrou, “é suposto que a Segurança Social funcione como almofada de segurança para as situações mais vulneráveis” o que em “algumas rubricas” do Orçamento tal não se verifica.
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