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Prometido cortar compensações em despedimentos sem justa causa

O Governo comprometeu-se com os credores internacionais a estudar a redução das indemnizações por despedimento sem justa causa para as aproximar do valor em vigor nos despedimentos com justa causa.

Prometido cortar compensações em despedimentos sem justa causa
Notícias ao Minuto

15:30 - 21/04/14 por Lusa

Economia Governo

No memorando de políticas económicas e financeiras, com data de 28 de março, e que acompanha o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a 11.ª avaliação ao programa, o Governo indica que tem "várias opções disponíveis para promover a negociação salarial e desenvolvimentos salariais compatíveis com os fundamentos económicos" e que está a estudar essas opções em diálogo com os parceiros sociais.

Entre essas opções está uma "redução do pagamento de indemnizações por despedimentos sem justa causa", os quais iriam "ajudar a reduzir a diferença aberta com a ampla redução das compensações por justa causa".

O FMI refere que a legislação já aprovada "aumentou a diferença entre as compensações por justa causa (para 12 dias por ano de antiguidade) e sem justa causa (até 45 dias por ano de serviço)".

O Código do Trabalho prevê no seu artigo 391º que nos despedimentos sem justa ganhos pelo trabalhador em tribunal, este pode, como opção à reintegração, "optar por uma indemnização cabendo ao tribunal determinar o seu montante, entre 15 e 45 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo".

"Qualquer mudança nesta área deve criar um equilíbrio entre limitar os incentivos para contestar em tribunal os despedimentos por justa causa e penalizar adequadamente os despedimentos sem justa causa", escreve o Fundo.

Em novembro de 2013, o ministro da Solidariedade, do Emprego e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, afirmou que o ajustamento salarial no setor privado "já foi feito" e manifestou total discordância com o FMI, que tinha já insistido numa maior flexibilização laboral em Portugal.

"Objetivamente, há uma diferença de opinião entre o Governo e o FMI na matéria do mercado laboral. O Governo português considera que o ajustamento, nomeadamente, no setor privado, já foi feito e considera que não é modelo de desenvolvimento em Portugal um modelo assente em salários baixos", disse o governante.

Outra medida apontada pelo Executivo na documentação divulgada hoje pelo FMI passa por promover os acordos coletivos, ajustando o critério atual para a extensão de um acordo coletivo tendo em conta a representatividade das pequenas e médias empresas em vários setores.

O Governo admitiu ainda que vai apresentar "opções de política" sobre a contratação coletiva, em diálogo com os parceiros sociais, adiantando que, se esta opção não for possível de implementar, vai "estudar e apresentar uma proposta sobre as suspensões temporárias dos acordos coletivos por mútuo acordo".

No relatório, a instituição liderada por Christine Lagarde considera que há ainda obstáculos persistentes que dificultam a capacidade das empresas portuguesas de captarem investimento e de serem globalmente competitivas, incluindo a rigidez no mercado de trabalho.

O Fundo refere que os custos unitários do trabalho caíram no setor privado, mas que essa queda se deveu em larga medida à recessão e não à queda dos salários, ou seja, as empresas fizeram o seu ajustamento diminuindo o número de horas de trabalho e cortando nos custos não salariais, "mas a rigidez dos salários nominais permaneceu elevada".

Para o FMI, "a flexibilidade laboral ia garantir a criação mais rápida de emprego no setor transacionável, à medida que a economia melhorasse".

A organização refere ainda que, apesar de ter sido legalmente facilitado, o despedimento de trabalhadores individuais "é, na prática, difícil", pelo que é preciso "garantir que as reformas se traduzem em mudanças efetivas".

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