"Maior parte manda palpites que entretêm mas não contam para nada"
O conselheiro de Estado e economista Vítor Bento realça, em entrevista à TSF, que poderá ser ouvida na íntegra esta noite, que apesar de ser mais difícil “correr com um saco às costas”, não pode olhar-se para a dívida pública de forma derrotista. O presidente da SIBS atira ainda algumas farpas às figuras que se pronunciam sobre esta matéria e que nada percebem do assunto.
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Economia Vítor Bento
“A maior parte das pessoas que fala na praça pública não sabe daquilo que fala, não estuda. E, portanto, manda palpites. Palpites que entretêm o circo mediático, mas que não contam para nada, e não resolvem problema algum”. As palavras pertencem ao economista Vítor Bento, e reportam-se ao debate sobre a reestruturação da dívida pública que tem incendiado opiniões, sobretudo em virtude do já famoso manifesto dos 70.
O também conselheiro de Estado, que fala em entrevista à TSF, alerta para o facto de não poder perspetivar-se a questão da dívida do país como uma derrota a priori, uma vez que, pese embora seja mais complicado “correr com um saco às costas”, as dificuldades são passíveis de serem ultrapassadas.
A este propósito o presidente da SIBS estabelece uma analogia com Cristiano Ronaldo, a que tece rasgados elogios, destacando que “quando era miúdo, treinava livres diretos com pesos nas pernas, ou seja, criava a adversidade a si próprio para se tornar mais competitivo”.
Por outro lado, no que remete para o consenso político e constantes reptos lançados pelo Executivo de Passos Coelho ao principal partido da oposição nesse sentido, Vítor Bento entende que “deve ser deixado espaço para a divergência política”.
Isto porque, sustenta o economista, “se eu me comprometo a seguir o caminho do meu adversário, e se o meu adversário estiver no Governo, então eu estou a dizer que não preciso de ir para lá, porque já lá está ele, que faz aquilo que eu prometo fazer”.
O conselheiro de Estado deixa ainda um recado, defendendo que o país deve focar-se num “esforço intelectual para descobrir o que deve fazer, e estudar os problemas”, ao invés de “exigir aos outros que façam coisas por nós”.
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