Empresa Dialectus declarada insolvente
A empresa Dialectus, dedicada à tradução, dobragem e legendagem para televisão, foi declarada insolvente no final de fevereiro, revelou hoje o CENA - Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espetáculo e do Audiovisual.
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Economia Lisboa
Fonte do sindicato explicou à agência Lusa que os trabalhadores da empresa (entre funcionários dos quadros e trabalhadores independentes) podem constituir-se credores para receberem créditos referentes a remunerações em atraso.
O processo de insolvência deverá ser constituído nas próximas semanas e é relativo a uma empresa que alegadamente apresentava dificuldades financeiras pelo menos desde o ano passado.
Bruno Caetano, ex-trabalhador da Dialectus na área de animação, disse à agência Lusa que já se tinha constituído credor da empresa, que lhe deve 12.000 euros, mas afirmou desconhecer o número exato de trabalhadores e colaboradores.
"Nunca soubemos ao certo quantas pessoas trabalhavam para a Dialectus. Hoje os que são dos quadros não devem ultrapassar os dedos das mãos, mas a gestora chegou a dizer que tinha mais de 200 colaboradores", disse.
Em setembro, vários trabalhadores da Dialectus protestaram junto à sede da empresa, em Linda-a-Velha, para reclamar o pagamento de salários e subsídios em atraso.
A Dialectus surgiu no mercado em 2002, dedicada à tradução, locução, legendagem e dobragem para televisão, cinema, "home-vídeo" e DVD.
Segundo o CENA, entre os clientes estavam a SIC, AXN, Lusomundo, MEO Kids, Canal Panda, BBC Brasil e Fox.
A agência tentou obter um esclarecimento por parte da diretora da Dialectus, Isabel Monteiro, que não se mostrou disponível para responder, por telefone e por correio eletrónico.
No ano passado, Isabel Monteiro afirmou à Lusa que a Dialectus começou a ficar "numa situação fragilizada" depois da entrada e saída da estação de televisão SIC na empresa e que estavam em curso vários processos judiciais que remontam a 2008, "para receber o que foi estabelecido contratualmente".
A diretora da empresa disse ainda que a situação da Dialectus se agravou "com o desvio de verbas para empresas concorrentes" e "manobras de manipulação do mercado".
Fonte do sindicato afirmou hoje à Lusa que esta é a quarta empresa de Isabel Monteiro, na área da tradução e dobragem, que abre falência e que há processos judiciais referentes a empresas antigas pendentes há pelo menos dez anos.
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