Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart são os autores do polémico artigo citado pelo semanário Expresso. Os dois estudiosos garantem que “em nenhum lado o estado de negação é mais agudo do que no caso da amnésia colectiva sobre as experiências anteriores de desalavancagem nas economias desenvolvidas (...) que envolveram uma variedade de reestruturações de dívida soberana e privada, bancarrotas, conversões de dívida e repressão financeira”.
Para estes académicos a “amnésia colectiva” não permite aos governantes reconhecer que as ferramentas necessárias para sair da crise são aquelas que as economias emergentes põem em prática, relembrando ainda que estas são as mesmas que também já foram utilizadas pelas economias desenvolvidas em várias alturas do século XX.
Este “estado de negação”, garantem, leva os governantes a defender que “não é preciso recorrer à caixa de ferramentas usada pelas economias emergentes, que incluiu reestruturações de dívida, inflação mais elevada, controlo de capitais e repressão financeira significativa”. Mas os responsáveis, sublinham, “esquecem-se” que estas mesmas ferramentas “foram parte integrante de situações de sobreendividamento” nas economias desenvolvidas em especial após a Segunda Guerra Mundial.