Alfredo Marvão Pereira dá hoje uma entrevista ao jornal i onde se debruça sobre o tema do investimento público e das Parcerias Público Privadas (PPP) em Portugal, que vai estar em discussão em Lisboa.
“Os fundos comunitários foram e continuam a ser muito importantes (tendo levado à adopção de muitos investimentos nos últimos anos). Ainda assim ajudaram a aprofundar alguns vícios na economia”, afirma o especialista, para quem “o risco associado para os parceiros nacionais diminui de forma correspondente, o que levou à adopção de muitos projectos que não deveriam ter sido adoptados. (…) Foi dinheiro que pouco custou a ganhar e que pouco custou a gastar”.
O especialista considera que o problema pode ser minorado no futuro “evitando comparticipações comunitárias elevadas ou neutralizando os seus possíveis efeitos negativos”.
Já actualmente, e com menos verbas comunitárias, a redução do investimento em infra-estruturas e o recurso às PPP têm feito parte da estratégia do Governo.
Para o especialista, “as PPP são a forma de organização e financiamento do futuro. Uma participação crescente do sector privado é desejável e inevitável”, mas “o problema não é com as PPP mas sim com a forma e o contexto em que foram implementadas em Portugal”.