"Nos tempos difíceis que Portugal atravessa (...), é de toda a justiça reconhecer o extraordinário trabalho realizado pelas Misericórdias e outras IPSS e por milhares de voluntários no apoio aos mais vulneráveis da nossa sociedade", afirmou Cavaco Silva.
Falando em Braga, durante a sessão comemorativa dos 500 anos da Santa Casa da Misericórdia local, o Presidente especificou que os tempos difíceis se traduzem, desde logo, no desemprego, que "atinge dimensões dramáticas (838 mil)".
Referiu-se também ao alastrar da pobreza e da exclusão social, que coloca muitas famílias a braços com quebras de rendimento e com encargos de endividamento "que não conseguem satisfazer", multiplicando-se as ruturas sociais e os novos pobres.
Segundo Cavaco Silva, estas realidades fazem com que instituições como as Misericórdias se revelem hoje "tão atuais e tão imprescindíveis" como se revelaram à época em que foram criadas.
"Cabe aos governantes saber interpretar a cada momento o papel destas instituições, aproveitar esta poderosa força solidária da sociedade civil para responder aos desafios da pobreza, que ameaça hoje mais de dois milhões de portugueses, e para atender aos grupos sociais mais vulneráveis à doença, à deficiência ou às limitações da velhice, e às crianças em risco de exclusão ou vítimas de maus tratos físicos ou psicológicos", acrescentou.
Nesta visita à Misericórdia de Braga, o Presidente da República foi recebido com aplausos e cavaquinhos, tendo sido distinguido como Irmão Honorário daquela instituição.
