Os técnicos do fundo de resgate não dão como certo um apoio cautelar, mantendo a possibilidade de um segundo resgate com condições mais duras e um impacto óbvio na economia, devido à eventual diminuição, ainda maior, de confiança.
Motivados pela falta de consenso com o PS, que está cada vez mais afastado da troika, aos novos cortes que terão de passar pelo crivo do Tribunal Constitucional, os credores internacionais aumentaram o nível da pressão sobre o Executivo de Passos Coelho.
Desde a crise política em Julho, provocada pelo pedido de demissão de Paulo Portas que fez tremer a coligação no Governo, que os telefones dos membros do Executivo não param de tocar, e do outro lado chegam perguntas sobre quais as garantias que Portugal pode dar sobre o cumprimento dos cortes, confirma fonte da direcção social-democrata. E é certo que o chumbo do Constitucional também não ajudou.
Saliente-se que os anúncios públicos de flexibilização das metas do défice, abordada pelo vice-primeiro-ministro e interlocutor entre Portugal e a troika, foram recebidos com desagrado.
O Diário Económico refere mesmo a hipótese de a próxima tranche do programa de ajustamento ficar em ‘stand by’ até que se conheça a decisão dos juízes do Palácio Ratton sobre o aumento do horário de trabalho para as 40 horas semanais, bem como sobre as pensões do Estado.