A edição online do jornal Público divulgou a noite passada dados de um estudo encomendado pelo Governo à Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa (AMTL), que indica que a taxa de fraude nos transportes públicos está a aumentar e pesa mais de oito mil milhões de euros aos cofres das empresas públicas do sector.
A taxa mais elevada de fraude acontece na Carris, onde, numa tarde de Junho, na carreira 794, que faz a ligação entre o Terreiro do Paço e a Gare do Oriente, 59% dos passageiros não pagou o respectivo bilhete.
O relatório da AMT mostra ainda que a taxa média de fraude chega aos 25 a 30% nos transportes de rede aberta, como é o caso da Carris ou da STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto), e de 10 a 12% nos transportes de rede fechada, ou seja, os metros de Lisboa e Porto.
O Diário Económico diz saber, de acordo a dados a que também teve acesso, que um combate a esta prática mais eficaz permitiria às empresas públicas de transportes aumentar em cerca de 15% a sua receita de bilheteira. O que, por outro lado, podia travar a conjuntura de cortes e rescisões que têm sido levadas a cabo pelas respectivas administrações.
“Agora, temos um relatório inequívoco, que mostra os problemas [de fraude] carreira a carreira. Temos uma conclusão a nível de cobrança, mas também é preciso prevenir a montante, para garantir que toda a gente que entra no transporte público faça a validação dos títulos de transporte”, afirmou ontem o secretário de Estado do sector, Sérgio Monteiro, durante a cerimónia do 141º aniversário da Carris.
Segundo o Diário Económico, este documento vai ser entregue aos conselhos de administração das empresas em causa ainda esta semana.