“Poderá sempre encarar-se a possibilidade de, no curto prazo, se efectuar o recurso ao aumento de outros impostos para compensar a quebra de receitas que ocorrerá em sede de IRC”, admitiu Luís Belo, da Deloitte, adiantando que será “algo que terá de ser aferido em face da margem de manobra possível nas negociações com a troika e com a própria redução da despesa pública que poderá advir, por exemplo, da reforma do Estado”.
Entrevistado pelo Económico, o especialista admitiu que “a descida da taxa do IRC e a abolição a prazo das Derramas Municipal e Estadual terão certamente um impacto na competitividade, pois serão libertados recursos que tenderão a ser afectos a um investimento e à redução do passivo das empresas”.
Além disso, “o incentivo à fraude e evasão fiscais tende igualmente a diminuir com a descida das taxas dos impostos sobre os lucros”.
No entanto, de acordo com Luís Belo julga é necessário criar propostas que apoiem o investimento das empresas, através de “um regime de incentivos à capitalização” e de estímulos para que se “instalem em regiões do País mais desfavorecidas”.
O especialista acrescentou ainda que deve apostar na “reponderação da abolição dos benefícios à criação líquida de postos de trabalho” e também na “reapreciação do limite mais restritivo na dedução dos gastos de financiamento”.