“Portugal vai sofrer uma crise prolongada e um período de elevado desemprego, graças à intransigência alemã”, admitiu o economista turco Dani Rodrik numa entrevista, concedida por e-mail ao DN.
Segundo Dani Rodrik, “a saída do euro poderia ter efeitos negativos (…) no sistema financeiro e na confiança do mercado”, já que “seria muito difícil gerir a transição”.
No entanto, “as coisas são mais complicadas pelo facto de a Alemanha e o Banco Central Europeu estarem dispostos a dar a ajuda mínima necessária para que Portugal considere que não vale a pena sair”, acrescentou.
O economista mostrou-se ainda contra a política de austeridade que tem vindo a ser implementada nos países da moeda única, sustentando que “a estratégia foi errada, pondo demasiada ênfase nos cortes fiscais e nos países endividados e muito pouca em medidas de compensação para estabilizar e reanimar a procura em toda a Zona Euro”, o que provocou “grandes taxas de desemprego”.
Além disso, os “líderes europeus, em especial Angela Merkel, preferiram a estratégia de curto prazo, de culparem os devedores e irem empurrando a crise, à estratégia de longo prazo, de fortalecerem os alicerces da Zona Euro dando um salto ambicioso em direcção às novas instituições”, concluiu o turco.