O estudo ‘Total Compensation Portugal 2013’, realizado pela consultora Mercer entre Fevereiro e Maio deste ano, salienta que, pelo segundo ano consecutivo, mantém-se a tendência de descida dos salários nominais no sector privado.
Esta conclusão resulta, de acordo com a análise da Mercer a 114.526 postos de trabalho em cerca de 300 empresas, não só do facto de 31% das empresas ter decidido congelar salários mas também da estratégica de substituição de trabalhadores mais caros, e com contratos mais antigos, por outros com ordenados mais baixos.
Apesar desta descida nos rendimentos ter abrangido toda a estrutura das empresas, foi mais acentuada no topo, nomeadamente para os administradores (-5%) e para os comerciais (-1,5%), que estão condicionados pelos resultados alcançados e que, consequentemente, são afectados pela falta de margem das empresas “para premiar essa performance”, explica Tiago Borges, responsável da área de estudos de mercado da Mercer.
Este responsável esclarece, porém, em declarações ao Jornal de Negócios, que este ajuste nos salários se começou a verificar desde o início da crise, “em 2008”, “primeiro [com as subidas a ficarem] sempre abaixo da inflação e, nos dois últimos anos, com um decréscimo nominal”.
“Contando com o efeito da inflação, não será irreal falar numa correcção dos salários entre 15 e 2% neste período”, conclui Tiago Borges.