O primeiro-ministro Passos Coelho não exclui a possibilidade de o País necessitar de um segundo resgate financeiro, um cenário considerado provável por muitos economistas e especialistas em economia e política europeias, mas que tem sido afastado pelo Governo.
Ontem, em Bragança, e comentando o chumbo do Tribunal Constitucional, Passos Coelho admitiu explicitamente a necessidade de “um segundo programa”, considerando que as decisões do Palácio Ratton ameaçam a capacidade de reduzir a despesa pública e, consequentemente, o regresso aos mercados.
"Se não formos capazes nos próximos meses de sinalizar aos nossos credores esta reforma estrutural do Estado que garanta que a despesa baixa de uma forma sustentada, o que acontecerá é que não estaremos em condições de prosseguir o nosso caminho sem mais financiamento, sem um segundo programa que garante ao País os meios que ele precisa", alertou o chefe do Governo.
"Há sempre outras medidas que se podem encontrar, o que podem é não ser medidas tão justas, tão eficazes e que de alguma maneira possam produzir no longo prazo os resultados que nós esperávamos", sublinhou o primeiro-ministro. A alternativa pode ser sempre o aumento de impostos, mas o chefe do Executivo tem dúvidas de que "o País consiga suportar mais aumentos de impostos para resolver o problema do Estado".