Análise: Missão difícil, mas cumprida. Deve ter sido assim que os atletas do Benfica recolheram esta tarde, no final dos noventa minutos frente ao Vitória de Guimarães, aos balneários. Com os três pontos na mão, o Benfica pode agora esperar descansado o desfecho do Clássico entre FC Porto e Sporting, sendo que, em caso de derrota ou empate dos ‘leões’, as ‘águias’ de Rui Vitória ficam com via completamente aberta para o tão desejado tri.

Num jogo em que durante 45 minutos o Benfica mandou, mas não foi capaz de concretizar, foi Jardel quem começou a construir o triunfo, corria o minuto 46. O central antecipou-se à defensiva vimaranense e, após livre de Gaitán, fez, de cabeça, o primeiro tento dos ‘encarnados’. Depois de uma primeira parte sem ocasiões flagrantes, foi o central brasileiro a conseguir desfazer o nulo.

Porém, se o primeiro tempo teve pouca história, com o Benfica a dominar a maioria, se não toda, a ação de jogo, os ‘encarnados’ tiveram na sua defensiva as chaves de ouro para a conquista da vitória. É que se Jardel marcou o primeiro golo, André Almeida, por duas vezes, salvou as ‘águias’ de terem de correr atrás do resultado.

Aos 67 minutos, o defesa lateral direito dos ‘encarnados’ negou a Hurtado o tão desejado golo. A verdade é que a formação orientada por Sérgio Conceição, expulso ainda na primeira parte, fez pouco para merecer outro resultado. O Benfica também acusou, por vezes, a pressão, ou o tão famigerado cansaço, tendo dificuldades para furar a estrutura defensiva montada pelos minhotos.

Até ao final do encontro, as ‘águias’ ainda passaram por outro calafrio. Aos 76 minutos, após perda de bola no ataque e contra-ataque dos vimaranenses, Hurtado ficou isolado frente a Ederson e o jovem guardião salvou in extremis.

A partir daí, a mesma toada. O Benfica continuou a mandar, o Vitória a tentar explorar o erro. Porém, de referir que aos 82 minutos, Jiménez, já após um primeiro aviso, atirou, de longe, à barra. Um lance que podia ter decidido o encontro, mas em que o mexicano não teve sorte.

No final do encontro, vitória transpirada, mas merecida da equipa de Rui Vitória, que contabiliza o seu 10º triunfo consecutivo na I Liga, o quarto encontro seguido onde o triunfo chegou pela margem mínima.  

Momento do jogo: 67 minutos. André Almeida, após desatenção defensiva, acabou por salvar duas vezes o tento de Hurtado, primeiro impedindo um cruzamento da direita, que isolaria um jogador do Guimarães, e depois impedindo a bola de cruzar a linha de golo. Boa ação defensiva do internacional luso

Onze do Benfica: Éderson; Eliseu, Jardel, Lindelof, A. Almeida; Fejsa, Pizzi, Renato Sanches; Gaitán, Jonas e Mitroglou.

Antevisão: Com três jogos para o final do campeonato e com Sporting e Benfica separados por apenas dois pontos, o estádio da Luz recebe esta sexta-feira o Vitória de Guimarães. Com as ‘águias’ obrigadas a vencer, é esperado um Benfica na máxima força, isto mesmo com a semifinal da Taça da Liga ainda por disputar na próxima semana, frente ao Sp. Braga.

Com a manutenção garantida e longe dos lugares europeus, o Vitória de Guimarães na 11ª posição e sem obrigatoriedade de pontuar, mas a situação de Sérgio Conceição é complicada, isto porque o clube soma, por exemplo, apenas uma vitória nos últimos 13 jogos.

Estes argumentos aumentam ainda mais a pressão sobre a equipa de Rui Vitória, algo que poderá ser aligeirado pela presença de muitos e muitos adeptos nas bancadas, sendo esperada casa cheia.

Rui Vitória, antes do jogo, frisou exatamente isso. “Vamos ter um jogo tradicionalmente difícil. O facto de não ter objetivos pode dar-lhes tranquilidade ou tirar-lhes foco. Pela grandeza e pelos jogadores que o Vitória tem, vai ser um jogo complicado e difícil contra uma boa equipa”, afirmou o técnico, garantindo que apenas está focado na vitória.

Por seu lado, Sérgio Conceição assegurou que, independentemente das lutas do título, a sua equipa vai tentar pontuar, porque se não mais valia não ir a jogo. “O Vitória de Guimarães tem capacidade para pontuar. Caso contrário, fazíamos como o PAOK, na Grécia, que não se apresentou diante do Olympiakos e permitiu que o adversário se apurasse automaticamente para a final da Taça”.

Nas 158 vezes que as duas equipas se defrontaram, há que destacar as 108 vitórias ‘encarnadas’, havendo registo, por seu lado, de 25 empates.