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Maestro russo dirige concerto no anfiteatro histórico de Palmira
O maestro russo Valery Gergiev vai conduzir hoje a sua orquestra no antigo teatro de Palmira, a cidade história síria devastada pela guerra e recuperada há semanas pelas forças do Governo sírio ao grupo Estado Islâmico (EI).
© Lusa
Cultura Síria
O concerto da Orquestra de Mariinsky será dado hoje pelas 14:00 (15:00 em Portugal), no local utilizado pelo EI há um ano para levar a cabo execuções públicas, logo após ter tomado posse da cidade histórica, anuncia um comunicado citado pela agência France Press.
A orquestra "irá dar o concerto 'Rezando por Palmira. A música volta a dar vida às paredes antigas' no mundialmente famoso anfiteatro de Palmira, na Síria", anuncia o comunicado.
As tropas do Governo sírio, apoiadas pela força aérea russa e por forças especiais russas no solo recapturaram a cidade património da UNESCO do controlo dos rebeldes do EI em março passado, uma operação que foi transformada num importante golpe de propaganda tanto por Damasco como por Moscovo.
Os sapadores russos anunciaram no mês passado que tinham desminado os locais históricos da cidade conhecida como a Pérola do Deserto, onde os combatentes jihadistas destruíram templos e relíquias antigos.
Gergiev, director da Orquestra de Mariinsky, é um dos mais conceituados maestros em todo o mundo, mas não só tem sido criticado várias vezes no ocidente pelas suas ideias pró-Kremlin, como alguns concertos seus foram interrompidos por protestantes.
O concerto de Palmira não será o primeiro que dirigirá em locais onde as forças armadas russas realizaram operações.
Em 2008, este natural da Ossétia, dirigiu um concerto em Tskhinvali, a principal cidade na região separatista da Geórgia, que tinha sido fortemente devastada na curta guerra entre a Rússia e a Geórgia nesse ano.
Gergiev conduziu ainda um concerto de caridade em Tóquio em memória das vítimas da tragédia de Fukushima em 2012 e dirigiu um concerto para levantamento de fundos destinados às vítimas do massacre da escola russa de Beslan em 2004.
Gergiev, apoiante manifesto de Vladimir Putin nas eleições de 2012, é muitas vezes visto como um instrumento das estratégias políticas de "soft power" do Kremlin.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos jornalistas que o concerto de Gergiev na Síria "merece ser altamente considerado" como um gesto de solidariedade e de "recusa em aceitar a violência e o terrorismo".
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