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Prémio quer passar a aceitar livros dos diferentes países lusófonos

O Prémio Oceanos de literatura quer alargar o seu universo a livros publicados em língua portuguesa, em diferentes países lusófonos, além do Brasil, e admite essa possibilidade já para a edição de 2016, disseram os organizadores à Lusa.

Prémio quer passar a aceitar livros dos diferentes países lusófonos
Notícias ao Minuto

23:15 - 08/12/15 por Lusa

Cultura Oceano

"O desejo, e o que estamos a trabalhar, é dar cada vez mais acesso a autores e editoras do mundo lusófono, fora do Brasil. A grande intenção é que seja [incluído no concurso] qualquer livro de língua portuguesa", o que vai aumentar a complexidade do processo "e estamos a trabalhar nisso", disse à Lusa o responsável pelo Núcleo de Artes Visuais e Literatura do Itaú Cultural, Claudiney Ferreira.

O Oceanos - Prémio de Literatura em Língua Portuguesa, que será entregue hoje à noite pela primeira vez, em São Paulo, tem organização do instituto Itaú Cultural e tomou o lugar do antigo Prémio Portugal Telecom. Claudiney Ferreira também faz parte do conselho do galardão, a par de outros especialistas na área literária, e da curadora-gestora do prémio, Selma Caetano.

Segundo Ferreira, o alargamento da inscrição a livros publicados fora do Brasil, ajudaria a divulgar a literatura de língua portuguesa no espaço da lusofonia. "Percebemos que esse conhecimento não é tão grande. Queremos ter a possibilidade de o Brasil conhecer mais a literatura africana, e vice-versa", disse.

Selma Caetano, por seu lado, realçou que a mudança ainda está em estudo, e que pode ocorrer apenas em edições posteriores, após 2016. Segundo a curadora, a crise económica brasileira dificultou as vendas das editoras e, com isso, as publicações no país de literatura dos outros países lusófonos, incluindo Portugal.

"Com a crise, as editoras diminuíram consideravelmente o número de títulos, e tiraram justamente livros de outros países de língua portuguesa, que não têm uma venda tão grande quanto a literatura americana, por exemplo. A literatura lusófona está muito mal de intercâmbio, considerando a alta qualidade que tem", disse a curadora à Lusa.

Das mais de 600 obras inscritas, para a edição deste ano, apenas oito eram de autores não brasileiros. Entre as 14 finalistas, há apenas uma, "A Desumanização", do português Valter Hugo Mãe. O vencedor será conhecido e premiado na noite de hoje, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.

Também são finalistas os brasileiros Chico Buarque, Rodrigo Naves, Silviano Santiago, Sérgio Sant'Anna, Elvira Vigna, Flavio Cafieiro, Alcides Villaça, Estevão Azevedo, Alberto Mussa, Luci Collin, Marília Garcia, Glauco Mattoso e André Valias.

Claudiney Ferreira acrescentou que a mudança na estrutura do prémio incluiu, este ano, o envio dos livros em PDF para os jurados. Selma Caetano elogiou a parceria com o Itaú Cultural, que se define como "correalizador" do prémio, e afirmou que houve interação com outros projetos deste instituto, como o observatório cultural, com um mapeamento da literatura contemporânea.

A curadora também afirmou que foi positiva a não divisão do prémio em categorias, que foi substituída pela distinção dos quatro primeiros classificados pelo júri, independentemente do género literário.

"Cada vez mais sentimos dificuldade em colocar em 'casinhas', em classificar em género. Há romances em forma de contos, ensaios e textos filosóficos, uma junção. Abrimos inscrição para criação literária como um todo", disse.

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