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Biblioteca Nacional com novo autógrafo de Fernando Pessoa

A Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) anunciou hoje que passa a integrar, por doação, um novo autógrafo de Fernando Pessoa, datado de 25 de julho de 1914, dias antes do inicio da I Grande Guerra.

Biblioteca Nacional com novo autógrafo de Fernando Pessoa
Notícias ao Minuto

23:50 - 30/11/15 por Lusa

Cultura Oficial

"Trata-se de dois dos 14 sonetos, o V e VI, que o poeta publicou sob o título 'Passos da cruz', em 1916, no n.º 1 e único de Centauro, revista trimestral de literatura, dirigida por Luís de Montalvor, um dos companheiros da revista Orpheu que, editada em 1915, deixou marca indelével no modernismo português", disse à Lusa fonte da BNP.

Segundo a mesma fonte, "no verso, nas duas metades da folha dobrada, pelo punho de Pessoa e de terceiro não identificado, um poema e um soneto com os primeiros versos 'Só, incessante, um som de flauta chora,' e 'Floriram por engano as rosas bravas', de Camilo Pessanha; publicados em Novidades, o primeiro com o título 'Ao longe os barcos de flores', a 28 de abril de 1900, e o segundo, a 12 de outubro de 1899, foram também publicados, ainda que em versão diferente, nesse número de Centauro".

O autógrafo de Pessoa foi incorporado no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da BNP, na coleção Leonor Pombal, por doação de Albertine Frognier Santos, e é parte integrante de 'Poesie et graphologie: étude sur le graphisme de poètes portugais modernes et contemporaines', reunindo, além deste manuscrito de Fernando Pessoa, mais três dezenas de originais de vários autores, de que podem ser exemplo Mário de Sá-Carneiro, Teixeira de Pascoaes, António Botto, José Régio, Miguel Torga, Sofia de Melo Breyner Andresen, Natália Correia, David Mourão-Ferreira, Eugénio de Andrade, Ana Hatherly, Herberto Helder, Rui Belo, Ruy Cinatti ou António Ramos Rosa", segundo a mesma fonte.

O espólio documental do escritor Fernando Pessoa, que inclui cartas, fotografias, livros, apontamentos, foi classificado como "tesouro nacional" pelo "relevante interesse cultural", em julho de 2009.

O decreto estipula que todo o espólio de Fernando Pessoa passa a ter interesse nacional, e essa classificação tem em conta o "relevante interesse cultural, designadamente, histórico, linguístico, documental e social", e reflete "valores de memória, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade e exemplaridade", afirmou na ocasião o Conselho de Ministros em comunicado.

A atual diretora da BNP, Maria Inês Cordeiro, explicou à Lusa que este é "o mais elevado grau de classificação dentro do património nacional".

O decreto em Conselho de Ministros concluiu um processo de classificação do espólio de Fernando Pessoa, iniciado pela Biblioteca Nacional, em outubro de 2008. Esta classificação abrange todo o espólio documental conhecido e o que se vier a descobrir, e impossibilita a sua saída de Portugal.

O espólio documental de Fernando Pessoa está depositado sobretudo na Biblioteca Nacional, mas há documentos do escritor na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, na Casa José Régio, em Vila do Conde, nas bibliotecas municipais do Porto e Ponta Delgada, e na posse dos herdeiros.

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