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Investigadores buscam identidade atlântica dos mosaicos de Portugal

As especificidades dos mosaicos romanos de Portugal e Galiza têm levado investigadores de vários países a procurar uma "identidade atlântica" para um património que remonta pelo menos à época de Cristo, disse hoje o arqueólogo Miguel Pessoa.

Investigadores buscam identidade atlântica dos mosaicos de Portugal
Notícias ao Minuto

10:18 - 25/11/15 por Lusa

Cultura Património

Integram-se neste grupo mosaicos descobertos em Portugal nas últimas décadas, designadamente nas estações arqueológicas de Conímbriga (Condeixa-a-Nova), Rabaçal (Penela) e Santiago da Guarda (Ansião) , entre outras, adiantou.

"Ainda hoje", segundo o investigador, "um calceteiro da região sabe bem onde estão as cores", os filões de calcário de diferentes tonalidades que utiliza nos desenhos da calçada portuguesa, 2.000 anos depois da conceção de alguns dos mais importantes mosaicos.

O coordenador do Museu da Villa Romana do Rabaçal, no concelho de Penela, falava à agência Lusa a propósito da edição das atas do Encontro Portugal -- Galiza sobre "Mosaicos romanos -- Fragmentos de cultura nas proximidades do Atlântico", realizado em 2013.

O livro vai ser apresentado no sábado, às 15:30, no Museu do Rabaçal, distrito de Coimbra, contando ainda com a presença de responsáveis do Museu D. Diogo Sousa, em Braga, e do Museu Provincial de Lugo, na Galiza (Espanha).

O encontro realizado há dois anos, com sessões no Rabaçal, Braga e Lugo, "foi uma reunião com especificidades muito próprias no âmbito do estudo do mosaico antigo", recordou hoje Miguel Pessoa, salientando que "estão referenciados 250 locais em Portugal" com mosaicos deste tipo.

"Há coisas únicas nos mosaicos portugueses", acrescentou o também conservador do Museu de Conímbriga e presidente da comissão promotora da Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação do Mosaico Antigo.

Na arte do mosaico, "houve uma linguagem comum que atravessava todo o Império Romano", que se estendia por quase toda a Europa, Norte de África, Ásia Menor e Médio Oriente.

"A milhares de quilómetros, vamos encontrar coisas iguais em determinados pormenores", disse, realçando o papel dos artistas itinerantes na disseminação de algumas das técnicas e motivos dos desenhos.

A obra que será lançada no sábado, reunindo as comunicações de especialistas de Portugal, Espanha, França, Itália, Turquia e Marrocos, permite "refletir a originalidade dos mosaicos a ocidente e a oriente, da mesma época".

Importa "definir traços comuns a este nível, bem como especificidades regionais evidentes", afirmou Miguel Pessoa, um dos organizadores do primeiro internacional sobre mosaicos romanos, tal como Justino Maciel, do Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa, e Mercedes Torres, da Facultade de Xeografía e Historia da Universidade de Santiago de Compostela.

"Devemos estudar bem e acarinhar o que temos nesta área", defendeu.

A produção de mosaicos na Antiguidade prolongou-se por cerca de 700 anos, entre o século I antes de Cristo e o século VI depois de Cristo.

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