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'O encantado' encerra trilogia de Miguel Gomes

O último filme da trilogia "As mil e uma noites", de Miguel Gomes, e o documentário de Manuel Mozos sobre o antigo diretor da Cinemateca, João Bénard da Costa, estreiam-se esta semana nos cinemas portugueses.

'O encantado' encerra trilogia de Miguel Gomes
Notícias ao Minuto

10:05 - 07/10/15 por Lusa

Cultura Cinema

'O encantado' é o terceiro filme que Miguel Gomes montou a partir das histórias filmadas ao longo de um ano, baseadas em factos reais, de um país marcado pela austeridade, pelo desemprego e pela e crise económica, e cuja estrutura narrativa se inspira nos contos 'As mil e uma noites', narrados por Xerazade.

Neste filme, que se junta a 'O inquieto" e 'O desolado', já estreados, o destaque vai para a história 'O inebriante canto dos tentilhões', sobre homens de vários bairros de Lisboa que fazem criação de tentilhões e organizam concursos de canto entre pássaros.

Apesar de inspiradas em reportagens recolhidas por três jornalistas, na trilogia 'As mil e uma noites' a ficção "é muito assumida e é quase delirante", como contou Miguel Gomes à agência Lusa, em julho passado, quando da antestreia nacional da obra.

"Para contrapor à má ficção que é a mentira dos políticos que fazem de conta de que tudo está bem. E essa é a má ficção porque é a ficção que se finge real, que se tenta passar pela real. A boa ficção só pode ser a ficção que se assume como ficção, não quer mentir", disse o realizador.

'O inquieto' e 'O desolado' somam cerca de 18.000 espectadores no circuito comercial português. Premiada em vários festivais, a trilogia tem estreia prevista em cerca de trinta países.

Na quinta-feira estreia-se também o documentário 'Outros amarão as coisas que eu amei', de Manuel Mozos, exibido no DocLisboa 2014.

Este é um filme de memórias sobre o cinéfilo e antigo diretor da Cinemateca Portuguesa, feito a partir de várias crónicas de João Bénard da Costa, fotografias e imagens de arquivo.

"Segui o caminho das suas memórias e encontrei o seu amor pela pintura, pelas igrejas, por Proust e Musil, por Itália, cinema, Mozart e os seus amigos. Mas o que eu realmente queria era tornar presente o homem de carne e osso, cheio de contradições, um homem livre", afirma Manuel Mozos na nota de intenções.

Falecido em 2009, João Bénard da Costa foi um dos fundadores da revista O Tempo e o Modo, colaborou com a Fundação Calouste Gulbenkian e presidiu à Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal.

Dedicou-se ainda à crítica e ao ensaio e esteve na direção da Cinemateca Portuguesa, primeiro como subdiretor, desde 1980, depois como diretor, de 1991 a 2009.

Este ano estrearam-se, nas salas de cinema, vinte longas-metragens e três curtas de produção e coprodução portuguesa.

'O pátio das cantigas', de Leonel Vieira, é o filme português mais visto de 2015, com cerca de 595.000 espectadores.

Até ao final do ano deverão estrear-se ainda quase uma dezena de filmes de produção portuguesa, entre os quais 'A uma hora incerta', de Carlos Saboga - ainda este mês -, 'Montanha', de João Salaviza, 'Portugal - Um dia de cada vez', de João Canijo e Anabela Moreira, 'John From', de João Nicolau, 'Amor impossível', de António-Pedro Vasconcelos, e 'O leão da Estrela', de Leonel Vieira.

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