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Pedro Mestre apresenta 'Campaniça do despique' no CCB

O músico Pedro Mestre vai apresentar o seu mais recente álbum, 'Campaniça do despique', em setembro, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, num espetáculo com António Zambujo e Janita Salomé, que participaram no CD.

Pedro Mestre apresenta 'Campaniça do despique' no CCB
Notícias ao Minuto

19:53 - 27/07/15 por Lusa

Cultura Espetáculo

Segundo a produtora do músico, estudioso e divulgador da viola campaniça e do cante alentejano, o espetáculo está marcado para o dia 22 de setembro, às 21:00, no grande auditório do CCB.

O álbum, que celebra os 20 anos de carreira de Pedro Mestre, foi editado em março último e, segundo o músico, "apresenta o repertório musical alentejano a outras paisagens sonoras".

"Estes 20 anos não são propriamente de carreira, costumo dizer que são antes 20 anos a cantar, e este disco concretiza um sonho antigo. Nele, a viola campaniça não é a protagonista, também não é [um disco] de cante alentejano, [mas é] em volta das tradições que componho algumas músicas e procuro uma atualidade", disse na ocasião à Lusa, Pedro Mestre que, desde os 12 anos, se dedica à viola campaniça.

"Campaniça do despique" é o primeiro álbum em que Pedro Mestre se assume como compositor, e para o qual convidou alguns músicos amigos com quem partilha interpretações, como Fábia Rebordão, Janita Salomé e António Zambujo.

"Já tinha composto e há muitas coisas que até se julga que são do repertório tradicional, mas esta é a primeira vez que me assumo como compositor e assino", sublinhou.

Com Janita Salomé, interpreta o tema de abertura do CD, 'Brota a água', com os Cantadores do Sul, 'Silva verde', entre várias canções; com António Zambujo, 'Jardim, dos sentidos', com Rui Vaz, 'O que é feito de ti?' e, com Fábia Rebordão, 'Banza'. Jorge Fernando e o Rancho dos Cantadores participam em 'Qual de nós valerá mais'.

"O disco -- disse Mestre -- foi um desafio a mim próprio, à viola campaniça. Estou a desafiar a tradição, com estas sonoridades, e os outros cantadores, artistas e instrumentistas e a outros géneros musicais".

"Nesta roda do despique, criando toda esta diversidade sonora, em que a campaniça pode entrar", o músico afirmou, referindo-se ao cordofone tradicional, que "tem um timbre rude e agressivo, mas que neste álbum se mostra dolente, mais doce e meiga, com uma sonoridade maravilhosa".

Do alinhamento do CD fazem parte 13 temas, na sua maioria compostos por Pedro Mestre, que nele recupera 'Ilha dos vidros', que tinha editado em 2008, num CD homónimo, com o Grupo de Violas Campaniças.

Pedro Mestre sublinhou que surge do cante e que, nesse sentido, o género faz parte do álbum, tal como a viola campaniça, tendo afirmado à Lusa que a classificação do cante como património imaterial da humanidade, pela UNESCO, no final do ano passado, "veio valorizar não só o cante, como chamar à atenção para todo o património tradicional musical alentejano, nomeadamente as modas, o cante de baldão [forma improvisada de cantar em despique], o próprio cante e a viola campaniça".

"Este álbum é, sim, um passo que dou em termos de carreira efetiva e é a concretização de sonho, com o intuito de levar a música da região para outros palcos e para outras gentes", rematou o músico.

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