Beatriz, de 17 anos, faz estreia em disco com 'Fado com cores alegres'
A fadista Beatriz, de 17 anos, estreia-se discograficamente com o álbum 'Fado com cores alegres', no qual gravou peças que aponta como referência, dos repertórios de fadistas, e três inéditos, entre eles dois de sua autoria.
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Cultura Música
Em declarações à Lusa, a fadista, natural de Coimbra, afirmou que "ouvir fado era uma prática quotidiana em casa".
"Fui crescendo num meio em que se ouvia fado - Amália Rodrigues, Hermínia Silva, Alfredo Marceneiro -, e hoje o que sou é reflexo desta vivência, e comecei a cantar, porque gosto mesmo muito", disse a intérprete.
Aos 11 anos cantou numa festa de escola e, pouco tempo depois, "já cantava em algumas casas de Coimbra, e também em Lisboa, nomeadamente no espaço Mesa de Frades e no Senhor Vinho".
"Sinto-me bem a cantar fado, seja ele o tradicional, seja o fado-canção, mas especialmente no fado tradicional, por causa do improviso, isto é, a possibilidade de poder improvisar sobre uma mesma linha melódica, é algo que me fascina", afirmou Beatriz.
O álbum é constituído por 12 temas, entre eles 'Barco negro', 'Foi Deus', 'Estranha forma de vida' e 'Maria Lisboa', do repertório de Amália Rodrigues, uma 'Marcha da Mouraria', criação de Beatriz Costa, 'Fado tropical', de Chico Buarque, e 'Coimbra (Avril au Portugal)', uma criação de Alberto Ribeiro.
Dos temas inéditos, dois têm letras suas, "No reino de Portugal" e "Fado é a minha vida", ambos com música de Pablo Lampidusas, que assina a produção, e o terceiro é 'Fado alegre', de Jôko (letra e música).
Referindo-se aos temas da sua autoria, a fadista afirmou: "Foi algo que senti naquele momento e decidi colocar no papel e, de facto, apesar de ainda estudar, considero que a opção está feita, e o fado é a minha vida".
À Lusa, a jovem intérprete adiantou que parte das férias escolares serão em Lisboa, "para conviver e conhecer, procurando estar mais dentro do meio".
"Conto ir à Mesa de Frades e, especialmente, ao Senhor Vinho, onde aprendo muito no convívio com a Maria da Fé, que gosta de nos ensinar, e o fado é essencialmente uma tradição oral", afirmou à Lusa.
O CD, que a fadista apresenta no próximo dia 17 de julho, nas festas de Penacova, "surgiu na sequência deste convívio", tendo escolhido os temas que achou "mais interessantes, procurando integrar diferentes géneros, desde a marcha ao fado de Coimbra, passando pelo fado tradicional e o fado-canção".
Entre os escolhidos consta 'Bia da Mouraria', de António José e Nóbrega e Sousa, que "é uma história muito fresca e jovial" a que também achou graça pelo facto de a protagonista ter o seu nome, 'Bia', diminutivo de Beatriz.
Neste álbum, a fadista é acompanhada pelos músicos Guilherme Banza, na guitarra portuguesa, Nélson Aleixo, na viola, e Gustavo Roriz, no contrabaixo.
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