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Forcados de Santarém preparam comemorações do centenário

O Grupo de Forcados Amadores de Santarém celebra a 06 de junho o seu centenário, reivindicando-se como o mais antigo do país e fundador do modelo que "elevou a pega do toiro bravo à categoria de Arte".

Forcados de Santarém preparam comemorações do centenário
Notícias ao Minuto

10:15 - 28/05/15 por Lusa

Cultura Grupo

Agraciado por duas vezes pela Presidência da República -- a primeira, nos 50 anos, em 1965, por Américo Tomás, e a segunda, nos 75 anos, em 1990, por Mário Soares -, uma condecoração nesta data "teria toda a lógica", admite o atual cabo do grupo, Diogo Sepúlveda.

O grupo quer que a comemoração do centenário seja também um momento de "reconhecimento da importância da figura do forcado amador" e quer envolver a cidade de Santarém na festa que está a preparar para 06 de junho.

Um cortejo de campinos, cavaleiros, amazonas e atrelagens pelas ruas da cidade, até à praça de touros Celestino Graça, abre o programa previsto para dia 06.

Às 12:30, uma novilhada servirá de "aperitivo" para a corrida marcada para as 17:00, sendo a população convidada a permanecer na zona, no que nesse dia será denominado "Mercado Celestino Graça", com "tasquinhas" de cinco restaurantes que se associaram às comemorações.

Na véspera, haverá, ao final da tarde, uma sessão solene nos Paços do Concelho em honra do Grupo de Forcados Amadores de Santarém, seguida do lançamento, no Convento de S. Francisco, do livro comemorativo do centenário, da autoria de Maria João Lopo de Carvalho, obra, com muitas fotografias, que conta a história do grupo, enquadrando-a na época e no contexto social.

As comemorações contam com uma Comissão de Honra integrada, entre outros, pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio e o Nobel da Literatura 2010, o escritor peruano Mário Vargas Llosa, um aficionado da festa brava.

Fundado em 1915 por António Gomes Abreu, o Grupo de Forcados Amadores de Santarém tem funcionado desde então ininterruptamente, sendo o responsável pelo modelo que atualmente é seguido pela cerca de meia centena de grupos existentes em Portugal continental e nos Açores, disse Diogo Sepúlveda à Lusa.

"Mais do que a longevidade, impressiona a manutenção de um estatuto ímpar de prestígio entre os demais, erigido ao longo de 100 anos, alicerçado pelo facto de ter estado sempre à frente do seu tempo e por ter sido decisiva a sua contribuição para uma nova visão da pega de um toiro bravo - antes considerada como mero ato de subjugação animal, e hoje elevada à categoria de Arte", frisou.

Diogo Sepúlveda referiu o facto de pelo grupo terem passado "mais de 500 elementos, de todas as classes sociais, dominados por um mesmo espírito de fraternidade e lealdade, e construído sobre traves mestras rigorosamente transmitidas de geração em geração: o respeito pelos mais velhos, e o respeito devido a quem sabe mandar, o sentido familiar, a humildade perante os aplausos, o reconhecimento dos triunfos dos companheiros, o convívio permanente fora das praças de toiros, a solidariedade recíproca e verdadeira nos momentos de alegria, dor ou incerteza, a generosidade permanente na prática de atos de beneficência".

Para Diogo Sepúlveda, a "herança" do grupo faz ainda mais sentido numa época em que a sociedade está "cada vez mais de costas voltadas para o mundo rural" e se "assiste a investidas injustas contra o que constituem tradições seculares".

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