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Livro de ativista sobre protesto em Macau confiscado na China

O livro que o presidente da Associação Novo Macau escreveu sobre as manifestações iniciadas a 25 de maio do ano passado, e que levaram à retirada de uma proposta de lei pelo Governo, foi confiscado pelas autoridades chinesas.

Livro de ativista sobre protesto em Macau confiscado na China
Notícias ao Minuto

14:00 - 22/05/15 por Lusa

Cultura Obras

"Sulu Sou [autor do livro] recebeu a notícia na quinta-feira. Os serviços de alfândega chineses confiscaram 1.000 cópias", disse à agência Lusa o também ativista Jason Chao.

Escrito em chinês pelo jovem ativista de 24 anos, o livro "Do you Remember the Withdraw?", na tradução livre em inglês, deveria ser lançado em Macau na próxima segunda-feira, quando se assinala o primeiro ano sobre a manifestação contra a aprovação de uma lei que previa regalias para titulares dos principais cargos.

O diploma, intitulado "Regime de garantia dos titulares do cargo de chefe do Executivo e dos principais cargos a aguardar posse, em efetividade e após cessação de funções", acabou por ser retirado pelo próprio Governo, após uma manifestação, a 25 de maio, e uma concentração junto à Assembleia Legislativa (AL), dois dias mais tarde, sendo considerado o maior protesto desde 1999, com entre 10.000 e 15.000 pessoas segundo a organização e 8.000 na versão da polícia.

Jason Chao explicou que a encadernação do livro foi realizada no interior da China por se tratar de um serviço não disponível em Macau.

Para o também membro da Novo Macau, a apreensão terá sido motivada pelos "assuntos sensíveis abordados no livro".

"Fizemos um apelo público para que o contentor seja desbloqueado, mas não devemos esperar uma resposta positiva do governo chinês. Pensamos que o conteúdo do contentor está perdido para sempre", acrescentou.

Segundo Jason Chao, Sulu Sou está a tentar contactar uma gráfica em Hong Kong, mas "dificilmente será lançada uma cópia física do livro a tempo do primeiro aniversário" do movimento social nas ruas de Macau.

Jason Chao explicou ainda que as 1.000 cópias confiscadas têm um valor estimado em 30.000 (3.300 euros) patacas e que são parte de um contentor avaliado em 100.000 patacas (cerca de 11.200 euros), totalmente apreendido pelas autoridades chinesas.

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