AMAEI apresenta-se amanhã
A Associação de Músicos, Artistas e Editoras Independentes (AMAEI), que reúne 25 produtores, realiza, no sábado, em Lisboa, uma "sessão aberta", que é a sua "primeira apresentação pública", disse à Lusa o vice-presidente, Nuno Saraiva.
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Segundo o responsável, esta primeira apresentação, no sábado, às 11:00, no Espaço Espelho d'Água, na capital portuguesa, visa dar a conhecer os objetivos da organização, cujo número de associados "está em constante crescimento", disse.
"A AMAEI reúne e defende os interesses semelhantes dos artistas autoeditados e das discográficas independentes", expliocu à Lusa.
Esta associação "existe em Portugal desde 2012, ao contrário do que é bastante comum noutros mercados discográficos desenvolvidos", disse Nuno Saraiva, referindo que "os independentes têm interesses paralelos às multinacionais" e "são, por vezes, motor de exportação, nomeadamente com a presença em certames internacionais".
Os produtores independentes, esclareceu o responsável, "são estruturas mais ágeis e têm modelos de negócio muito mais diferenciados, entre si".
Segundo uma "consulta interna, em termos globais", as vendas, físicas e digitais, dos produtores independentes em Portugal, "representam cerca de 35% do mercado, ou melhor entre os 25 e os 35%".
Em termos das novas edições, o setor independente representa, a nível internacional, cerca de 80%, "enquanto em Portugal, estimamos que represente entre 20% a 25%, valores por comprovar, do mercado", acrescentou.
Para o responsável é "essencial igualar terreno com as multinacionais, por exemplo, no tocante à reprodução mecânica [de CD] em que os independentes, ou um artista autoeditado têm de pagar a licença à cabeça à Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), enquanto as multinacionais pagam conforme vendem o produto, e isto é um obstáculo".
"Uma questão que a AMAEI já procurou facilitar, tendo celebrado uma protocolo com a SPA, segundo o qual, temos termos de pagamento dessa reprodução mecânica a 120 dias, em vez de ser à cabeça [antecipadamente], e também uma redução, nas edições de autor, na ordem dos 50%", disse.
No caso das edições de autor, o responsável explicou que a situação "não fazia sentido, na medida em que o autor ia pagar direitos que depois ia receber".
"Outra panóplia de desigualdade, entre independentes e multinacionais, é na área do direito do produtor fonográfico, na área dos direitos conexos [de reprodução] com a qual a AMAEI está a lidar, de uma forma muito positiva, com a Audiogest [Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos]".
A AMAEI tem ainda por objetivo apoiar os produtores independentes, nas representações em feiras que, segundo o responsável, "fazem cada vez mais sentido", em que uma representação coletiva é mais dinâmica e económica.
Nuno Saraiva citou, entre outras, o encontro que se realiza em Hamburgo, o Reeberbahn Festival. A exportação é "uma questão importante", disse Saraiva, que defendeu um gabinete de exportação da música portuguesa, desde que "não seja só o 'cluster' fado, e se abra a possibilidade a outras tendências".
O responsável afirmou à Lusa que "há a ideia, no estrangeiro, de que Portugal é só fado", dada a grande exposição internacional deste género musical, "o que obstaculiza a divulgação de outros géneros".
A AMAEI foi oficialmente apresentada na conferência Talkfest, no Instituto Superior de Economia e Gestão, em Lisboa, no ano passado, tendo também participado, em 2014, no WestwayLAB em Guimarães.
Anteriormente, em 2013, participou no Festival IN - Festival de Inovação e Criatividade, que decorreu na Feira Internacional de Lisboa.
A AMAEI é associada da IMPALA (Independent Music Companies Association), e da WIN (World Independente Network).
Este ano a AMAEI participará no Reeperbahn Festival, na Alemanha, no Nouvelle Prague, na Republica Checa, e, com um "showcase", nos festivais de Música Viva, de Vic, em Espanha, e no Medimex, em Bari, na Itália, segundo a mesma fonte.
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