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'Cumplicidades' quer "trazer a dança de novo ao imaginário"

A organização do Festival Cumplicidades - Festival Internacional Dança Contemporânea de Lisboa, que decorre de 13 a 29 de março em vários espaços da capital, quer "trazer a dança de novo ao imaginário de Portugal", segundo o diretor artístico.

'Cumplicidades' quer "trazer a dança de novo ao imaginário"
Notícias ao Minuto

22:52 - 04/03/15 por Lusa

Cultura Festival

Francisco Camacho, diretor da EIRA, estrutura artística com sede na capital, apresentou hoje o novo festival numa conferência de imprensa muito marcada por uma avaliação negativa da situação da comunidade da dança no país, cujos artistas se debatem com falta de apoios e "condições lastimáveis" de trabalho.

"Mesmo pela situação de crise e falta de políticas para o setor, sentimos que fazia falta um festival exclusivamente dedicado à dança contemporânea para apresentar espetáculos, mas também fazer uma reflexão entre os profissionais, de dentro para fora", justificou.

O Festival Cumplicidades terá o seu "ano zero" de edição em 2015, sobretudo dedicado à produção nacional, com artistas portugueses e alguns estrangeiros a residir no país, e um programador, Ezequiel Santos, investigador da área da dança.

A 1.ª edição efetiva está prevista para 2016, enquanto as seguintes deverão ser bienais.

Para a "edição zero" estão previstos 30 espetáculos - incluindo uma estreia absoluta e três estreias em Lisboa - em vinte espaços da capital, e ainda uma programação de itinerários, 'performances', palestras, mesas redondas e 'workhosps'.

"Este festival está a ser pensado há vários anos, mas tivemos várias dificuldades. Estivemos à beira da extinção por atrasos em pagamentos de espetáculos e as maiores reduções de sempre de apoios da Direção-Geral das Artes. Foi um período difícil, mas, como somos feitos de matéria de resistência, decidimos avançar com o projeto", comentou.

O objetivo da organização é também, segundo Francisco Camacho, "colocar Lisboa na rota dos festivais internacionais".

Dados os constrangimentos financeiros - o orçamento é de 30 mil euros para a edição zero - este ano só haverá um programador nacional, mas as próximas edições já deverão incluir um programador internacional, segundo a organização.

Ezequiel Santos, por seu turno, indicou que partiu do conceito de memória da comunidade, recordando o Ballet Gulbenkian, extinto faz em 2015 dez anos.

"Queremos, nesta edição zero, dar visibilidade aos artistas emergentes e criar um polo de dinamização. Precisamos, primeiro, de reunir as pessoas, e depois virá a primeira edição", para a qual Ezequiel Santos também foi convidado para fazer a programação nacional.

A programação é dirigida a todas as faixas etárias do público e decorrerá em jardins, teatros e outros espaços alternativos da capital, como a estação ferroviária do Rossio, onde será apresentado, a 13 de março, o espetáculo de abertura intitulado "Hale".

"Hale - Estudo para um organismo artificial" foi criado por Aleksandra Osowicz, Filipe Pereira, Helena Martos, Inês Campos e Matthieu Ehrlacher que também interpretam.

Entre outros espetáculos está prevista a estreia abosluta de "A falha de onde a luz", de Sónia Batista, "The Arcaic, Looking Out, The Night Knight", de Vania Rovisco, "Quadratura do Espaço Curvo", de Pedro Ramos, "The very boring piece", de Cristina Planas Leitão e Jasmina Krizaj, e "Pequenos Mundos", um espetáculo para bebés.

Haverá uma instalação artística de Pedro Prazeres - que se apresenta pela primeira vez em Portugal - e palestras sobre a dança em Portugal, pensamento coreográfico e a ética na estética da dança contemporânea.

Os bilhetes poderão ser adquiridos 'online', em www.festivalcumplicidades.pt, e custarão de 2,3 euros a 7,5 euros.

A EIRA é, desde 1996, uma estrutura cofinanciada pela secretaria de Estado da Cultura, através da Direção-Geral das Artes, e desde 2013 apoiada pela Sociedade de Instrução e Beneficência "A Voz do Operário", com a cedência das suas atuais instalações no bairro da Graça em Lisboa - Teatro da Voz (Antigo Teatro da Graça).

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