Artistas lusos em galerias estrangeiras é "reconhecimento"
O subdiretor do Museu madrileno Rainha Sofia, João Fernandes, considerou, no domingo, "um sinal de reconhecimento da arte que se faz em Portugal" a presença de obras nacionais não só nas galerias portuguesas da ARCO2015, mas sobretudo nas estrangeiras.
© Reuters
Cultura João Fernandes
"Achei que havia um conjunto de artistas portugueses muito interessante nas galerias portuguesas [presentes na feira internacional de arte de Madrid ARCO2015]. Mas gostaria de destacar outra coisa: o facto de haver artistas portugueses em várias galerias estrangeiras, o que é uma consequência bastante interessante de haver muita qualidade na arte que se faz em Portugal", disse à agência Lusa o português João Fernandes.
O subdiretor do Museu Rainha Sofia, uma das instituições de arte mais prestigiadas do mundo, disse ter gostado particularmente dos trabalhos de "artistas muito novos como os Musa Paradisíaca e Ana Santos".
João Fernandes explicou que as "gerações mais novas [de artistas portugueses] têm conseguido reconhecimento internacional pelo facto de haver maior circulação de curadores e de pessoas que vão a Portugal para saber o que lá se passa".
No entanto, esse reconhecimento ainda pode aumentar com alguma ajuda institucional, defendeu João Fernandes.
"Infelizmente, confesso, continua a não existir em Portugal um conjunto de programas de convite a curadores e outros responsáveis estrangeiros [de museus ou coleções] para que a situação [da arte portuguesa] seja ainda mais reconhecida. Mas Portugal começa a ser visto como um país em evidência", realçou.
Os galeristas portugueses presentes na ARCO deste ano dividiram-se, em declarações à Lusa, no balanço dos cinco dias de feira, com alguns a dizerem que foi a melhor participação de sempre e outros a falarem num "ano mau".
João Fernandes diz que tudo pode depender da localização do 'stand', dos artistas expostos ou, simplesmente, dos visitantes que passam por perto. Mas esclarece que a ARCO pode ser mais do que vendas.
"A ARCO é uma feira em que o mercado não é particularmente dinâmico, notam-se os efeitos da crise económica de Espanha. Ainda assim, é um instrumento de reconhecimento internacional, porque a feira convida centenas de responsáveis de museus, curadores, críticos, jornalistas, colecionadores, que assim têm a ocasião de ver o que a nossa arte apresenta", realçou.
Por outro lado, sublinhou João Fernandes, a ideia da ARCO de receber este ano a Colômbia como país-convidado "teve como consequência uma extraordinária apresentação do contexto colombiano, trazendo também a Madrid uma série de novos colecionadores desse novo contexto".
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