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Cinemateca dá destaque ao trabalho do laboratório de restauro

A Cinemateca dedica parte da programação de fevereiro ao trabalho, já raro no contexto europeu, do laboratório de restauro fílmico do Museu do Cinema, quinze anos depois do restauro de "Maria do Mar" (1930), de Leitão de Barros.

Cinemateca dá destaque ao trabalho do laboratório de restauro
Notícias ao Minuto

12:36 - 31/01/15 por Lusa

Cultura Fevereiro

O laboratório está a funcionar desde finais dos anos 1990, nos espaços do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM), em Loures, mas ganhou visibilidade em 2000, com o restauro do filme mudo de Leitão de Barros, a partir do negativo em suporte de nitrato de celulose.

Desde então, numa altura em que realizadores e produtores mudam de suportes e domina o digital, o laboratório da Cinemateca tornou-se numa "das poucas infraestruturas de restauro analógico de referência existentes na Europa", defende a direção, na programação de fevereiro.

A programação pretende por isso mostrar resultados daquilo que é "sempre a parte invisível do icebergue", o lado de preservação e conservação de património.

Na segunda-feira, o diretor e subdiretor da Cinemateca, José Manuel Costa e Rui Machado, respetivamente, conduzem uma conferência na qual evocam os 15 anos de trabalho do laboratório e vão mostrar excertos de obras fílmicas intervencionadas.

No dia 18, a discussão sobre a importância do restauro e preservação de cinema contará com o historiador de cinema Luciano Berriatúa, em particular sobre o que tem feito com a obra do realizador alemão F. W. Murnau, que dirigiu "Nosferatu" e "Tabu", sendo projetados também excertos de obras do cineasta. No dia 23 serão abordados os limites do restauro digital.

Ao longo do mês de fevereiro serão exibidos, entre outros, o filme mudo "Os lobos", de Rino Lupo, várias vezes restaurado, "Vendaval maravilhoso" (1949), última ficção de Leitão de Barros, protagonizada por Amália Rodrigues, e "We can't go home again" (1971), a obra incompleta de Nicolas Ray, montada pela mulher Susan Ray, filme que também foi restaurado pela Cinemateca.

Em outubro passado, José Manuel Costa e Rui Machado sublinhavam, num encontro com jornalistas, que uma das estratégias da Cinemateca para os próximos anos é rendibilizar o laboratório do ANIM, até como forma de garantir a sustentabilidade financeira do organismo.

O laboratório "tem possibilidade de ser uma fonte de receita e de ser sustentável". "Devido ao facto de a indústria ter desinvestido no analógico [filmes em película], vêm bater-nos à porta para fazer restauros", afirmou José Manuel Costa.

Atualmente a Cinemateca já faz trabalho de restauro encomendado de países como França e Suíça e colabora com o laboratório norte-americano CINERIC para fornecer serviços de restauro nos mercados internacionais.

No que toca ao cinema português, a Cinemateca tem disponibilizado mais de 200 filmes, do cinema mudo (1896-1931), para visualização na página oficial na Internet.

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