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Documentário mostra trabalho da Igreja Católica nas prisões

A história de um padre que há 40 anos visita reclusos é o tema do novo documentário das irmãs Inês e Daniela Leitão, que pretendem mostrar, com este filme, o trabalho da Igreja Católica nas cadeias portuguesas.

Documentário mostra trabalho da Igreja Católica nas prisões
Notícias ao Minuto

17:22 - 29/01/15 por Lusa

Cultura Longa-metragem

Lisboa, 29 jan - A história de um padre que há 40 anos visita reclusos é o tema do novo documentário das irmãs Inês e Daniela Leitão, que pretendem mostrar, com este filme, o trabalho da Igreja Católica nas cadeias portuguesas.

O documentário "Padre das prisões", de que Inês e Daniela Letão são argumentista e realizadora, respetivamente, entra na prisão de Aveiro e centra-se na história e na ação do padre João Gonçalves, da diocese local, que é também o coordenador da Pastoral Penitenciária da Igreja Católica.

O filme, que será apresentado ao público a 20 de fevereiro, Dia Internacional da Justiça Social, segue a linha de anteriores trabalhos das irmãs de mostrar a ação da Igreja Católica no terreno.

"Há muito trabalho a fazer nas prisões", disse à agência Lusa Inês Leitão, lembrando que ninguém está livre de um dia ir parar a uma cadeia, onde, segundo a cineasta, existe sobrelotação e os presos não são tratados "com a dignidade que merecem".

"Reconhecemos as escolas, as instituições, mas não reconhecemos as cadeias como parte da nossa sociedade", sublinhou, lembrando que "há pessoas maravilhosas, voluntários e padres", a fazer um trabalho importante nessas instituições.

É neste grupo de pessoas que pontua a figura do padre João Gonçalves, que há 40 anos se dedica a visitar as cadeias portuguesas.

"Conhecemos este padre, que é uma personagem deliciosa, um ser humano excecional e que há 40 anos trabalha com reclusos. É uma figura e tanto e, quando o conheci, achei mesmo que era preciso fazer este trabalho", disse Inês Leitão.

Com 70 anos, João Gonçalves foi ordenado padre há 45 e, além de dirigir a pastoral penitenciária, é capelão num hospital e na prisão de Aveiro. É ainda adjunto do bispo de Aveiro para a pastoral social.

Na sinopse do documentário, é descrito como "um padre de estatura pequena", de "cabelo grisalho e olhar doce, que entra nas prisões sem medo de quem lá vive".

"Diz que vê Cristo em homicidas e está à frente da maior estrutura da Igreja dedicada a presos, restituindo dignidade àqueles que todos os dias (quase) a perdem", sublinha a sinopse.

"Entrar na realidade prisional portuguesa pelos olhos de alguém cuja prioridade é a dedicação às pessoas reclusas... as pessoas presas não deixam de ser pessoas. Nós cá fora é que nos esquecemos disso com demasiada facilidade (...) a vida do padre João Gonçalves ajuda-nos a não nos esquecermos que somos todos iguais. Podíamos ser nós lá dentro ", dizem as irmãs, no texto de apresentação do filme.

O documentário tem imagem de Ricardo Vieira e a banda sonora inclui a música 'Que Deus', cedida pelo rapper Boss Ac.

O último documentário de Inês e Daniela Leitão, 'O meu bairro', centrado na vida de missionários num dos bairros da periferia de Lisboa, levou as duas irmãs ao Vaticano, onde entregaram ao papa Francisco uma cópia do filme.

As irmãs Inês e Daniela Leitão, que querem mostrar uma "igreja nova que está no terreno, que faz coisas e trabalha com os que efetivamente mais precisam", estão já a preparar o próximo trabalho, que se debruçará sobre os coveiros do cemitério do Alto de São João, em Lisboa.

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