Produtores e realizadores criticam escolhas de júris de concursos
Realizadores e produtores vão pedir uma reunião de urgência com o secretário de Estado da Cultura para contestar a escolha de júris dos concursos de apoio ao cinema e audiovisual para 2015, disse à Lusa o realizador João Salaviza.
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Cultura João Salaviza
O pedido de audiência - e de uma tomada de posição de Jorge Barreto Xavier nesta matéria - consta de um documento coletivo que será lido hoje à noite, no Cinema São Jorge, na estreia do filme "João Bénard da Costa - Outros amarão as coisas que eu amei", de Manuel Mozos, no DocLisboa.
Segundo o documento, vários representantes de realizadores e produtores da Secção Especializada de Cinema e Audiovisual (SECA) vão suspender a participação neste órgão consultivo por discordarem do modo de funcionamento, que "legaliza o tráfico de influências".
Em causa está a existência e a competência daquele órgão consultivo na seleção de júris dos apoios financeiros, que o realizador João Salaviza põe em causa, alegando que houve uma combinação antecipada de votos tendo em vista a escolha de determinadas pessoas.
No documento, realizadores e produtores afirmam que "não querem que sejam os agentes privados do setor audiovisual e das comunicações a impor a sua lógica mercantilista nos concursos públicos de cinema".
"É difícil dizer se o que fizeram é ou não legal, mas perverte o espírito da lei e põe em causa a diversidade e a independência dos concursos. Não queremos participar nesses esquemas nem sujas as nossas mãos", afirmou à Lusa João Salaviza, da Associação Portuguesa de Realizadores (APR), uma das entidades que se demite da SECA.
Margarida Gil, presidente da APR, afirmou à agência Lusa que "a essência da SECA não devia ser nomear júris" já que essa competência devia manter-se apenas no Instituto do Cinema e Audiovisual.
A SECA, que reuniu na sexta-feira passada, é uma das secções do Conselho Nacional de Cultura, um órgão consultivo criado para apoiar a secretaria de Estado da Cultura na "definição, estratégia e desenvolvimento das políticas culturais", lê-se no decreto-lei.
No ano passado, antes de ser publicado este decreto lei, o princípio da representatividade do setor foi posto em causa no caso da SECA e dividiu opiniões no setor.
A Secção Especializada de Cinema e Audiovisual integra representantes de várias áreas, como operadores de televisão, exibidores, produtores, argumentistas, técnicos, realizadores, a Cinemateca Portuguesa, a Inspeção-Geral das Atividades Culturais e o Instituto do Cinema e Audiovisual, que preside.
Segundo Margarida Gil, até ao final de outubro, a tutela terá de revelar o plano de investimento para 2015, no cinema e audiovisual.
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