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José Gil recebe prémio Eduardo Prado Coelho dia 31

O Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho é entregue ao filósofo José Gil, pelo seu livro "Cansaço, Tédio, Desassossego", no próximo dia 31, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão.

José Gil recebe prémio Eduardo Prado Coelho dia 31
Notícias ao Minuto

17:00 - 22/10/14 por Lusa

Cultura Grande Prémio

Na cerimónia, marcada para as 14:30, estarão presentes os presidentes da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, que patrocina o prémio, Paulo Cunha, e o da Associação Portuguesa de Escritores (APE), que promove e organiza o certame, José Manuel Mendes, e ainda o escritor João Barrento, porta-voz do júri, e o distinguido, José Gil.

A obra "Cansaço, Tédio, Desassossego" debate a complexidade dos heterónimos de Fernando Pessoa e a obra do poeta d'"A Mensagem", e foi editada no ano passado pela Relógio d'Água, editora para a qual José Gil dirige a coleção de Filosofia, desde 1986.

Segundo a editora, nesta obra o autor coloca várias interrogações: "Porque é que Fernando Pessoa faz morrer Caeiro e mais nenhum heterónimo? Ou: como caracterizar o corpo de Caeiro a que o poeta neopagão se refere constantemente? Mas inúmeras outras perguntas pedem resposta: porque é que Álvaro de Campos interfere na relação amorosa de Fernando Pessoa e de Ofélia (quando nenhuma relação desse tipo se vislumbra na obra do engenheiro naval)? Porque é que o patrão Vasques se destaca no deserto da paisagem humana do 'Livro do Desassossego'?".

Em comunicado, a editora afirma que este é "o contributo mais inovador da última década nessa área".

"O heterónimo Alberto Caeiro é particularmente desenvolvido, mas qualquer um deles é visto a uma nova luz da própria noção de 'vida heteronímica'", lê-se no mesmo comunicado.

A escolha do júri, constituído pelo catedrático António Pedro Pita e pelos escritores Helena Vasconcelos e João Barrento, foi "por unanimidade", afirmou a APE em julho, quando foi divulgado o nome do vencedor.

José Gil, de 75 anos, tem cerca de 20 obras publicadas e, em 2005, foi considerado, pelo semanário francês Le Nouvel Observateur, "um dos 25 grandes pensadores do mundo".

Natural de Moçambique, José Gil iniciou, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, os estudos da licenciatura de Matemática, que prosseguiu em 1958, em Paris, onde mudou o rumo académico para Filosofia.

Em 1968, concluiu a licenciatura em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade da Sorbonne, na capital francesa. No ano seguinte, fez o mestrado de Filosofia, com uma tese sobre a moral de Kant. Em 1982, concluiu o doutoramento com a tese "Corpo, Espaço e Poder", editada em livro em 1988.

Em meados da década de 1960, passou a coordenar o Departamento de Psicanálise e Filosofia da Universidade de Paris VIII. Em 1976, regressou a Portugal para assumir as funções de adjunto do secretário de Estado do Ensino Superior e da Investigação Científica, António Brotas, quando o ministro da Educação e Investigação Científica era Vítor Alves. Em 1981, instalou-se definitivamente em Portugal, dando aulas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Lecionou, paralelamente, no Colégio Internacional de Filosofia, de Paris, numa escola em Amesterdão e na Universidade de São Paulo, no Brasil.

O Prémio, na quinta edição, tem o valor pecuniário de 7.500 euros e, anteriormente, distinguiu Rosa Maria Martelo, João Barrento, Manuel Gusmão e Vítor Manuel Aguiar e Silva.

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