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Vhils e vários artistas portugueses na Noite Branca de Paris

O artista português Alexandre Farto, conhecido como Vhils, está em Paris pelo segundo ano consecutivo para participar na Noite Branca, um evento que conta com outros nomes portugueses como António Contador ou Catherine da Silva.

Vhils e vários artistas portugueses na Noite Branca de Paris
Notícias ao Minuto

22:44 - 01/10/14 por Lusa

Cultura França

Vhils transformou três fachadas do hospital pediátrico Necker, no 15° bairro de Paris, em murais de onde sobressaem rostos de crianças cravados diretamente na parede, estando as obras junto a uma torre decorada, em 1987, pelo norte-americano Keith Haring, um dos pioneiros da 'Street Art'.

Partindo de uma nova série de desenhos de crianças que fez e tratando-se de um hospital "com carga pesada", o objetivo foi dar ao espaço "uma nova vida" e conseguir, durante "um ou dois segundos", tirar as pessoas do contexto em que estão, disse o artista à Lusa.

Além de "pegar num espaço que estava completamente deprimido" e fazer aparecer um rosto, Vhils introduziu um elemento novo, a árvore, para "olhar para o futuro de outra maneira".

"Tens essa relação direta de crescimento e daquilo que te faz ser o que tu és, que vem de trás, mas que também te aponta para o futuro", descreveu.

O trabalho de Vhils vai estar em destaque na "Grande Caminhada Artística", um percurso de obras, performances e instalações que pretende fazer de Paris um museu a céu aberto durante uma noite e que foi imaginado pelo franco-português José Manuel Gonçalves, diretor artístico da Noite Branca.

"Este conceito é uma maneira de descobrir Paris um pouco diferente do que a gente conhece. Também quis levar a Noite Branca para um espaço público e não fechado, como uma galeria", explicou à Lusa José-Manuel Gonçalves, lusodescendente também diretor do espaço cultural Centquatre-Paris.

A pontuar a ‘Grande Caminhada Artística’ estarão as obras do percurso ‘OFF’, entre as quais se destaca ‘Girândola de Luz’, na Praça do Châtelet, da franco-portuguesa Catherine da Silva, uma instalação com a forma de um cravo no âmbito de um projeto que acontece, simultaneamente, no Monte do Sobral, no Alentejo e no Largo do Carmo, em Lisboa.

"Em Lisboa, encontramos os oito cravos que representam as oito reuniões determinantes realizadas pelos capitães de Abril para chegar à revolução", afirmou.

"Por ocasião dos 40 anos da Revolução dos Cravos, quis que o evento saísse das fronteiras e a etapa de Paris pretende transformar o cravo num símbolo universal de liberdade", descreveu a artista à Lusa.

A instalação do cravo metálico é efémera, mas Catherine da Silva admite que está a estudar a possibilidade de fazer uma obra permanente num espaço em Paris e, mais tarde, em outras capitais europeias.

Também efémera é a proposta que vai ser apresentada na delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian, intitulada ‘Trois Fois Rien’ e comissariada pelo franco-português António Contador.

Nesta que é a terceira parte do projeto que já tinha passado pela Gulbenkian - sob forma de uma exposição em 2012 e de uma performance no ano passado - António Contador escolheu uma instalação e dois vídeos da artista franco-alemã Charlotte Seidel.

"A Charlotte Seidel trabalha a partir de uma observação fina, de coisas que talvez passem despercebidas, e ela transcreve essa observação por meio de vídeos ou instalações que são também presenças ténues. Os vídeos e a instalação com focos de luz apontam para uma presença frágil e esse espírito corresponde àquele que eu queria desenvolver com a Fundação Gulbenkian para estes três momentos", explicou o também artista à Lusa.

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