"'Timber' é um espetáculo de novo circo fantástico que não pode passar ao lado da cidade", disse hoje o diretor do Teatro Viriato, Paulo Ribeiro, durante a apresentação da programação para a nova temporada.

Inspirado nas façanhas dos primeiros lenhadores e madeireiros norte-americanos e nos recursos de silvicultura existentes na quinta da família dos seus criadores, o espetáculo junta uma banda sonora folk tradicional a invulgares aparatos acrobáticos.

Paulo Ribeiro explicou que este espetáculo "inicia uma parceria com o Teatro Nacional de S. João e com o São Luiz, em relação ao novo circo".

Depois do Teatro Viriato, onde será apresentado de 14 a 16 de novembro, "Timber" segue para o São Luiz (21 e 22 de novembro) e para o São João (de 28 a 30 de novembro).

"Este é o primeiro passo de um passo maior", frisou, aludindo ao projeto Circus Lab, que foi um dos vencedores do programa internacional Pegada Cultural -- Artes e Educação, que começará em 2015.

O responsável sublinhou a preocupação que o Teatro Viriato tem em relação ao novo circo, por ser uma área ainda pouco desenvolvida em Portugal, apesar de não faltar público.

"Já demos vários passos, mas sempre muito casuísticos. Desta vez, arranjámos teatros parceiros e, para além disso, ganhámos esta candidatura para a Pegada Cultural", sublinhou.

Segundo Paulo Ribeiro, até ao final do ano a "programação de teatro vai ser riquíssima", conseguindo aliar "encenadores de reconhecido mérito, como Jorge Silva Melo, com outros mais jovens, como Simão Do Vale, com peças que foram reconhecidas pela Sociedade Portuguesa de Autores", nomeadamente de João Garcia Miguel.

A nova temporada do Teatro Viriato abre com a estreia de "Gata em telhado de zinco quente", uma produção dos Artistas Unidos, no dia 19. É a terceira vez que os Artistas Unidos escolhem o Teatro Viriato para uma estreia, neste caso com uma peça imortalizada pelo cinema de Hollywood e recuperada pelo encenador Jorge Silva Melo.

A 11 de outubro, sobe ao palco "Gertrude", com dramaturgia e encenação de Simão do Vale e, a 29 de novembro, a história trágica de "Yerma", uma adaptação do poema de Federico Garcia Lorca pelo encenador João Garcia Miguel.

Paulo Ribeiro explicou que, no que respeita à dança, a programação será "mais concentrada, porque vai estar praticamente toda na plataforma 'New Age, New Time'", que se realiza pelo terceiro ano, no âmbito de uma aposta na sensibilização de públicos para a dança contemporânea.

Na área da música, o diretor do Teatro Viriato destacou o concerto "Tempo", de Adriana Queiroz (a 01 de novembro), "uma antiga bailarina da (Fundação Calouste) Gulbenkian, que agora se revela uma cantora fantástica", e também a presença da Orquestra de Jazz de Matosinhos, a 19 de dezembro.

Nestes quatro meses, o Teatro Viriato vai levar mais longe o trabalho com a comunidade, quer através do artista residente André Mesquita, quer de outras iniciativas.

"Teremos também no Sentido Criativo uma componente muito forte de formação para professores, educadores de infância e profissionais da área do espetáculo", frisou.

Numa parceria com o Ministério da Educação, irá realizar-se uma oficina de teatro para educadores de infância e professores, orientada pelo encenador Graeme Pulleyn.

Também o diretor do grupo Dançando com a Diferença, Henrique Amoedo, desenvolverá em Viseu, de 20 de outubro a 07 de dezembro, com várias instituições da região, um trabalho de sensibilização para a inclusão através da dança.