A mostra reúne trabalhos de André Príncipe, José Pedro Cortes, André Cepeda, António Júlio Duarte e Diogo Simões, selecionados pela editora especializada em livros de fotografia, que o diretor artístico da galeria, Guillaume Sorge, vê como uma espécie de "gangue rock'n'roll", pela força e pela coerência que patenteiam os seus trabalhos.

O objetivo da mostra é "fazer descobrir artistas e coletivos que ainda não são muito conhecidos em França", explicou à Lusa Guillaume Sorge, acrescentando que começou por descobrir o trabalho de André Príncipe e, depois, dos outros artistas da PVK, através do blog francês "discipline in disorder", especializado em livros de fotografia.

"Fiquei imediatamente convencido, pela força dos seus trabalhos e pela coerência da sua abordagem coletiva. Gosto da ideia que talentos individuais sirvam um projeto global que englobe as publicações. O talento da Pierre Von Kleist está também na forma como eles encaram as publicações. Gosto da ideia de gangue, no sentido rock'n'roll do termo. Os PVK são, de certa forma, um gangue rock'n'roll", descreveu Guillaume Sorge.

O convite chegou diretamente por correio eletrónico à Pierre Von Kleist Editions, fundada em 2009 por André Príncipe e José Pedro Cortes, que decidiram convidar para a exposição parisiense o núcleo duro da casa e incluir um fotógrafo mais novo, Diogo Simões, de 24 anos.

"É uma carta-branca, por isso, cada membro do coletivo selecionou trabalhos, inéditos ou passados, que fazem sentido juntos. Estas fotos têm em comum uma mesma visão de um mundo em declínio, naquilo que ele pode ter de sublime e de ridículo. A impressão que sai destas imagens é mais do que uma soma de talentos, é o testemunho de uma força de ideias rara na fotografia contemporânea", elogiou o diretor artístico da 12mail.

A exposição intitula-se "Levante" e é composta por cerca de vinte fotografias, sem legendas e apenas identificadas com o nome dos autores diretamente a lápis nas paredes.

"Ainda que não o nomeássemos de uma maneira clara na exposição, decidimos que todas as fotos teriam sido tiradas em Lisboa, o que não é uma coisa óbvia para nós, porque trabalhamos todos fora", disse à Lusa André Príncipe, um dos fundadores da Pierre Von Kleist.

Além de ter Lisboa como "uma espécie de subtexto ou uma corrente dramatúrgica", o fotógrafo explicou que a exposição foi elaborada a partir da ideia de simultaneidade entre as diferentes imagens, "como se estivesse a acontecer tudo ao mesmo tempo".

De 29 a 31 de agosto, André Príncipe, José Pedro Cortes, André Cepeda, António Júlio Duarte regressam a Paris, ao espaço LE BAL, para dirigir um ateliê de edição durante o "Le Bal Books Week-end - festival do livro de fotografia", este ano dedicado a Portugal.

De 14 a 17 de novembro, os quatro estarão, mais uma vez, representados em Paris através da Pierre Von Kleist, que marcará também presença no Offprint Paris, o festival de livros de arte que acontece ao mesmo tempo que a feira internacional de fotografia Paris Photo.

André Príncipe disse à Lusa esperar que o grupo venha a estar representado, em breve, no Paris Photo, através da galeria Pedro Alfacinha, que será inaugurada a 25 de setembro, em Lisboa.