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Novo filme de Manoel de Oliveira no Festival de Veneza

A nova curta-metragem do realizador Manoel de Oliveira, 'O Velho do Restelo', foi selecionada para a 71.ª edição do Festival de Cinema Veneza, que começa em agosto, e será exibida fora de competição, foi hoje anunciado.

Novo filme de Manoel de Oliveira no Festival de Veneza
Notícias ao Minuto

13:50 - 24/07/14 por Lusa

Cultura 'O Velho do Restelo'

Contactada pela agência Lusa, a produtora O Som e a Fúria indicou que esta será a estreia mundial da nova obra do cineasta que continua a filmar aos 105 anos.

De acordo com a sinopse da curta-metragem: "É um mergulho livre e sem esperança na História tal qual como a conhecemos, como um sedimento fértil, na memória de Manoel de Oliveira".

O cineasta reúne num banco de jardim do século XXI, vários personagens e escritores históricos: Dom Quixote, o poeta Luís Vaz de Camões, o poeta Teixeira de Pascoaes e o romancista Camilo Castelo Branco.

"Juntos, levados pelos movimentos telúricos do pensamento, eles deambulam entre o passado e o presente, derrotas e glórias, vacuidade e alienação, em busca da inacessível estrela", acrescenta o texto sobre o filme.

"O Velho do Restelo" vai ser exibido na seleção oficial, fora de competição, do Festival Internacional de Cinema de Veneza, que decorrerá de 27 de agosto a 06 de setembro de 2014, e será apresentada na seleção oficial, fora de competição.

Ainda segundo a produtora, os atores são Luís Miguel Cintra (Camões), Ricardo Trepa (Dom Quixote), Diogo Dória (Teixeira de Pascoaes) e Mário Barroso (Camilo Castelo Branco).

Na equipa técnica estão colaboradores de longa data de Manoel de Oliveira: Renato Berta na fotografia, Henri Maïkoff no som, Christian Marti na decoração, Adelaide Trêpa no guarda-roupa e Valérie Loiseleux na montagem.

O filme é uma produção da O Som e a Fúria em coprodução com a distribuidora Francesa Epicentre Films, entidade que distribui os filmes de Manoel de Oliveira em França, desde "Cristóvão Colombo, O Enigma" (2008).

O Som e a Fúria sublinha, num comunicado, que "a produção deste filme só foi possível através do patrocínio do secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, que reconheceu o mérito cultural deste projeto de Manoel de Oliveira, e, pelas mesmas razões, através do patrocínio da ministra da Cultura e Comunicação de França, Aurélie Filippetti".

O filme teve também apoio da Câmara Municipal do Porto e da Universidade Católica do Porto.

No ano passado, em entrevista à revista francesa Cahiers du Cinéma, Manoel de Oliveira admitia que lhe faltava financiamento: "Fazer este filme é como ganhar uma batalha: É difícil. A conjuntura económica trava e fragiliza a montagem financeira do filme".

E deixava um lamento: "Eu penso que no país há uma grande indiferença pelo que já realizei. Tanto faz que o meu cinema exista ou não exista".

Na entrevista, o realizador explicou que, com "O Velho do Restelo", quer refletir novamente sobre a História de Portugal, em particular sobre "a Invencível Armada e o presente".

A rodagem teve início em abril deste ano, no Porto, cidade onde o cineasta nasceu, em 1908, tendo criado até hoje mais de três dezenas de filmes.

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