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Serralves acolhe exposição do pintor sírio Marwan

O museu de Serralves, no Porto, vai acolher, entre hoje e 12 de outubro, a primeira exposição em Portugal do sírio Marwan, radicado em Berlim desde os anos 1950, mas que declara manter a sua identidade como árabe.

Serralves acolhe exposição do pintor sírio Marwan
Notícias ao Minuto

15:55 - 10/07/14 por Lusa

Cultura Museu

No Porto para a inauguração da exposição, que contém mais de 140 trabalhos do artista criados entre 1962 e 1972, Marwan Kassab Bachi, nascido em 1934, disse aos jornalistas que esta primeira mostra em território nacional é importante para si por Portugal ser um local "entre Damasco e Berlim", onde se sente "muito bem-vindo".

Os primeiros trabalhos de Marwan foram descritos na ArtForum, a propósito da abertura da exposição em Beirute, como "um mistério, raramente vistos em lado algum que não livros ilustrados".

A curadora da exposição, Catherine David, diretora-adjunta do Museu Nacional de Arte Moderna no Centro Pompidou, em Paris, salientou haver peças na exposição, como o quadro de uma figura humana com um véu, que há décadas não eram vistas na Europa.

Marwan classifica como "trágica" a situação atual na Síria e sublinha sentir muita falta de Damasco, cidade da sua infância e família, que deixou de visitar com o começo da guerra.

O artista rejeita ser considerado um pintor alemão e declara que "se alguém recusa ou esquece as suas raízes deixa de as ter".

"Neste conjunto de obras encontramos ainda temas recorrentes na obra de Marwan, como uma grande diversidade de retratos e autorretratos, as 'cabeças-paisagem', as silhuetas cobertas com véus e de rosto coberto e as figuras de jovens, sós ou em grupos, que representam figuras coletivas e anónimas", refere Serralves no texto sobre a exposição.

A mostra inclui também duas peças do começo da carreira do artista, que se iniciou na pintura já com 30 anos, retratando o poeta iraquiano Badr Shakir al-Sayyab e o secretário-geral do comando nacional do partido Ba'ath entre 1965 e 1966.

Marwan recusa a ideia de que tenha retratado os dois homens por quem eram, mas afirma que os usou como modelos em termos de figura humana, tendo, a partir daí, passado a usar-se a si próprio como modelo, embora não pelo lado "narcisista".

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