Documentário sobre Gualdino Barros estreia-se na Cinemateca

A história do baterista Gualdino Barros, entre a vida mundana e a lenda, é contada num documentário - "A sétima vida de Gualdino" - de Filipe Araújo, que se estreia na quinta-feira na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa.

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Lusa
11/03/2014 14:39 ‧ 11/03/2014 por Lusa

Cultura

Bateria

O filme não é um convencional documentário biográfico sobre um músico, muito conhecido nos meandros do jazz nacional, mas anónimo para grande parte dos portugueses, como explicou à agência Lusa o realizador.

"Pego no dia-a-dia dele a seguir ao AVC. O filme revive o passado dele, mas está mais preocupado com o tempo presente, com o renascimento de um homem que marcou o jazz português, apesar de estar na sombra", disse.

Gualdino Barros, 75 anos, baterista autodidata, deu a conhecer muitos talentos do jazz português, teve uma vida cheia em Portugal e em Paris, trabalhou em hotéis, deu aulas, jogou futebol, foi operário, tocou com Nina Simone e Bud Powell.

Até que em 2011 sofreu um acidente vascular cerebral, do qual recuperou muito lentamente e com a ajuda da bateria.

Filipe Araújo, jornalista de formação, conheceu Gualdino Barros através da irmã, pianista, e decidiu contou a história do baterista numa reportagem na revista Grande Reportagem, ainda antes do episódio do AVC.

"Nunca pensei voltar a pegar na história dele, porque não havia grandes ganchos do presente, não havia muitos registos da vida dele", conta o realizador, que acabou por mudar de ideias e avançar com uma longa-metragem, a segunda da sua carreira no cinema.

"A sétima vida de Gualdino" "foi gravado de forma intimista e humaniza a personagem. Há quase uma dança entre a pessoa e a personagem que foi sendo construída ao longo dos anos e que se tornou uma lenda pelas histórias e por ter convivido com outras lendas", explicou Filipe Araújo.

O filme foi rodado um ano depois de Gualdino Barros ter sofrido o AVC e ainda regista o processo de recuperação e o regresso ao ativo.

A evocação dos "anos loucos do passado" é feita com a ajuda da animação do cartoonista André Carrilho e no filme participam ainda alguns dos músicos que conviveram e devem a Gualdino Barros alguma da visibilidade que têm hoje, nomeadamente o pianista Filipe Melo, o guitarrista Bruno Santos e o contrabaixista Bernardo Moreira.

Depois da antestreia na Cinemateca, que contará com a presença de Gualdino Barros, "porque ainda não viu o filme", o documentário será exibido na sexta-feira no Festival Internacional de Cinema de Salónica, na Grécia.

No dia 30 tem estreia televisiva na RTP2, canal para o qual o filme foi produzido.

Não está, para já, prevista a estreia comercial do documentário.

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