O colóquio, que vai decorrer de 06 a 08 de março, propõe-se estabelecer um "amplo debate em torno da vida e obra de Pessoa", e "a perspetiva crítica é a de uma revisão do Estado da Arte nos diversos campos dos Estudos Pessoanos", afirma a FCG em comunicado.

No âmbito do colóquio, é também promovido um concurso de curtas-metragens sobre Fernando Pessoa, visando premiar a melhor sobre a vida e obra do poeta, e que será apresentada na sessão de encerramento, afirma a FCG.

A fundação promove ainda, no dia 09, o "passeio Lisboa com Fernando Pessoa", com partida prevista às 15:00, no café A Brasileira do Chiado, e terá uma duração e duas horas e meia.

A "Ode Triunfal", constituída por 240 versos em estilo livre, assinala o "nascimento" de Álvaro de Campos, como conta Pessoa numa carta ao escritor Adolfo Casais Monteiro. Terá sido elaborada em Londres, em 1914, "num jato e à máquina de escrever, sem interrupções nem emenda", como escreveu Pessoa, na carta dirigida a Casais Monteiro sobre a origem dos heterónimos, e publicada no primeiro número da revista Orpheu, em 1915, órgão oficial do movimento modernista português.

António M. Feijó abre o colóquio com a comunicação "A necessidade do dia triunfal", ao qual se segue Victor K. Mendes que abordará o tema "A ave contra os animais de Alberto Caeiro". Do painel de participantes no primeiro dia fazem ainda parte, entre outros, Nuno Amado, Ana Almeida, Abel Barros Baptista, Gustavo Rubim, Humberto Brito, Pedro Sepúlveda, Jorge Uribe e José Gil.

O colóquio realiza-se no auditório 3 e na sala 1 da Fundação, em Lisboa, na avenida de Berna, à praça de Espanha.

Entre os participantes consta Aníbal Frias, que falará sobre "O corpo e o espaço do 'êxtase'", e Odelia Hitron, que apresentará a comunicação "Dia Triunfal: Líquidas Biografias".

Bartholomew Ryan, Ana Pinto Leite, Inês Hipólito e Flávio Rodrigo Penteado são outros participantes no colóquio.

No dia 07 de março, entre outras comunicações, Anna M. Klobucka apresentará "Sonetos com manteiga e Lorca em Lisboa: Para uma revisão do contexto modernista dos estudos pessoanos", e os investigadores Gianfranco Ferraro, Manuele Masini e Sandro Petri falam de "Cartografar Pessoa: Notas sobre o Projeto de Edição Hipertextual do Livro do Desassossego".

Entre outros temas em debate, Joanna Cameira Gomes abordará o humor no "Livro do Desassossego", de autoria de Bernardo Soares, outro heterónimo do poeta de "A Mensagem", e Raquel Nobre Guerra falará sobre "A experiência da multidão em Álvaro de Campos e Walt Whitman: Especificidades, nexos e divergências".

Iryna Feshchenko-Skvortsova vai falar sobre a "tradução de poesia de Fernando Pessoa, incluindo formas e metros greco-romanas nas odes de Ricardo Reis, para a língua russa" e, já no dia 08, Richard Zenith apresentará a comunicação "O Reis Triunfal", antes de Rita Patrício apresentar "Da mão que nos conduz: o autor como condição de leitura", a quem se seguirá Mariana Gray de Castro, que apresentará a comunicação "A carta de Fernando Pessoa sobre o Dia Triunfal é de Samuel Taylor Coleridge --- e não é a chave verdadeira do Dia Triunfal".

Madalena Lobo Antunes, Paola Poma, Maria do Céu Estibeira, Simão Valente, Pablo Javier Pérez López e Fabrizio Boscaglia são outros dos participantes.

No último dia do colóquio, Ivo Castro apresenta o texto, "Quantas horas tem um dia triunfal?", Roberto Francavilla falará sobre "Eversão na eversão. Leituras políticas de Pessoa em Itália" e, entre outras comunicações, como a de Carla Gago, "Dia Triunfal & Ocultismo", surgirão ainda Cristina Zhou, Bruno Béu de Carvalho, Ekaterina Kondratieva e Paula Mendes Coelho, que fecha as apresentações com "'O princípio baço do dia...': revisitações do Simbolismo em F.Pessoa".