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Autor do "Dicionário de Lugares Imaginários" vai incluir autores portugueses

O escritor Alberto Manguel, um dos autores do "Dicionário de lugares imaginários", agora publicado em Portugal, afirmou que esta é uma obra em constante evolução e conta integrar referências da Literatura Portuguesa, numa próxima edição.

Autor do "Dicionário de Lugares Imaginários" vai incluir autores portugueses
Notícias ao Minuto

10:00 - 03/12/13 por Lusa

Cultura Obras

Em declarações à Lusa, o escritor de origem argentina de 65 anos afirmou-se receoso de que "o tempo lhe falte" para uma nova edição, na qual possa acrescentar os lugares imaginários das narrativas de Luís de Camões, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, José Saramago ou Gonçalo M.Tavares, entre outros.

O "Dicionário de lugares imaginários", de Alberto Manguel e Gianni Guadalupi, foi editado pela primeira vez em 1980. A edição portuguesa é agora publicada pela Tinta da China, numa tradução de Carlos Vaz Marques e Ana Falcão Bastos.

"O Dicionário já foi revisto duas vezes desde a sua primeira edição em 1980, a publicação em português é já com base na segunda revisão, mas, quando falamos de lugares imaginários, há sempre novos lugares e há sempre hipótese de acrescentar novos lugares imaginários e, certamente, se não morrer antes, haverá uma nova edição revista", disse Alberto Manguel, que nasceu em Buenos Aires em 1948.

"Nessa nova edição que ainda projeto, certamente se integrarão lugares imaginários a partir da literatura portuguesa, nomeadamente de autores como Luís de Camões, Fernando Pessoa, José Saramago ou Gonçalo M. Tavares, que se está a tornar no mundo inteiro um autor importante. O problema é se terei energia e tempo para uma nova edição", disse.

Sobre a edição portuguesa, o autor argentino adiantou à Lusa que a considera "uma absoluta maravilha, a edição mais elegante que este livro teve".

"Tiveram um cuidado extraordinário de preparação, estou contentíssimo", afirmou, em entrevista telefónica, à Lusa.

Para a editora, Bárbara Bulhosa, esta edição é "a concretização de um sonho", e salientou a "satisfação com o resultado final".

Questionado pela Lusa sobre a divulgação da literatura portuguesa, Alberto Manguel disse que se "conhece pouco".

"Conhecemos muito pouco não só da Literatura Portuguesa, mas também das literaturas sindi, da Índia, eslovena, dinamarquesa, etc., o problema são as traduções transversais, isto é, o que temos de nos esforçar é traduzir do português para o espanhol, do dinamarquês para o italiano, do sindi para o alemão e esquecermo-nos um pouco da língua inglesa, apesar da enorme publicidade que fazem os países anglo-saxónicos para nos fazer crer que o inglês deve ser a língua universal", sentenciou.

"Isso não quer dizer que lhes tenhamos de obedecer. Que outra necessidade, além da económica, temos, para nos inclinarmos perante as leis e a indústria editorial anglo-saxónica?", questionou o autor.

"Os anglo-saxónicos não vão publicar a boa literatura portuguesa ou francesa ou qualquer outra, vão publicar Dan Brown", declarou de seguida o autor de "Uma história da leitura".

Seguindo este raciocínio, Manguel lembrou o Brasil, que "tem o Paulo Coelho e terão de pagar por isso no inferno".

"Quando se fala de literatura brasileira, mundialmente conhecem desgraçadamente esse Paulo Coelho. Devem [os portugueses] dar graças por não terem um autor tão mau que mereça ser conhecido no mundo anglo-saxónico".

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