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Mísia estreia-se como actriz na peça 'Matadouro Invisível'

A cantora Mísia estreia-se quinta-feira, como atriz, na peça "Matadouro Invisível", que sobe à cena pela primeira vez no Centro Cultural da Malaposta, em Olival Basto, nos arredores de Lisboa.

Mísia estreia-se como actriz na peça 'Matadouro Invisível'
Notícias ao Minuto

21:01 - 06/11/13 por Lusa

Cultura Cantora

"Matadouro Invisível" é uma peça de Karin Serres, uma dramaturga que já tem apresentado outras peças em estreia absoluta em Portugal, nomeadamente na Companhia de Teatro de Almada.

"A peça debate o porquê de fazer teatro, qual a importância do teatro e qual o seu papel no futuro", explicou à Lusa Karin Serres, que não poupou elogios ao trabalho de Mísia, que qualificou como "uma excelente atriz".

"Há também os fantasmas do teatro, os traços que ficam num palco de todos os espetáculos feitos e de todos os públicos que a eles assistiram", acrescentou.

"Matadouro Invisível" parte de um facto concreto, a transformação do matadouro de Olival Basto no atual Centro Cultural da Malaposta.

A encenação é de José Martins, que há 25 anos apresentou duas peças na Malaposta, quando o edifício não estava em construção para se transformar num teatro.

Além de Mísia, o elenco é constituído por Alberto Quaresma, Joana Brandão e Vera Azevedo.

Karin Serres, de 46 anos, escreve em francês, apesar de "amar particularmente a língua portuguesa", sendo a tradução de José Martins.

Esta peça é também uma reflexão sobre "a crise atual que as artes de palco atravessam, com várias companhias a fechar portas e os atores a procurarem trabalho".

"Por tudo isso, é que acho importante fazer hoje esta peça, e porque continuamos a fazer teatro, apesar de ser cada vez mais difícil", disse.

O teatro é uma arte de contar histórias uns aos outros, que é absolutamente popular, da qual todos precisamos".

A dramaturga afirmou-se uma defensora da tradição que considerou "sensual e sensível".

Mísia, que lançou recentemente um novo álbum, "Delikatessen - Café Concerto", afirmou à Lusa que aceitou o convite de um amigo, José Martins, por confiar que, se não estivesse à altura do papel, ele teria a honestidade de lhe dizer, e ela então não o desempenharia.

"Sempre fui uma voz muito preocupada pelo texto, a interpretação foi sempre a minha preocupação principal, por outro lado, várias pessoas do teatro ou do cinema, como Pedro Almodovar, me perguntaram porque ainda não tinha feito teatro", contou.

"O José Martins é um profissional e é inteiramente um homem de teatro e nunca me diria que estava a fazer uma coisa bem, por condescendência. Amizade ou simpatia, mas por procura da verdade", disse a criadora de "O manto da rainha".

"Gosto muito desta primeira experiência porque é uma peça muito centrada na vida dos atores, dos teatros, do universo teatral", acrescentou.

"Eu, ou antes, a minha personagem, é a que está em piores condições económicas, sou a ex-atriz que menos dinheiro tem, e a peça fala do desaparecimento do teatro e reflete sobre o futuro da profissão de ator", acrescentou a fadista.

Karin Serres é autora e cenógrafa, formada pela École Nationale Supérieure des Arts et Techniques du Théâtre, de Paris. Além de cenários, a dramaturga tem concebido igualmente figurinos, cartazes e ilustrações para diversos espetáculos. Serres escreveu cerca de 40 textos de teatro.

A sua relação com Portugal iniciou-se com o projeto "Partir en écriture", do Théâtre de la Tête Noire, em Saran, em França, uma iniciativa de Patrice Douchet, que a traz a Lisboa em 2007.

Nesta visita à capital portuguesa, terminou a peça "Marezia", que foi levada à cena pelo Teatro de Almada, na temporada de 2009/2010, numa encenação de José Martins, com cenário concebido pela própria autora. A tradução da peça foi de Alexandra Moreira da Silva.

A peça "Matadouro invisível" estará em cena na Malaposta, até 01 de dezembro, dia da Restauração, e irá em digressão por Portugal e também por França, com o mesmo elenco, adiantou a dramaturga.

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